Sem Terra fortalecem acampamento em área da Veracel na Bahia

Trabalhadoras e trabalhadores Sem Terra que ocuparam área da Veracel Celulose, no Extremo Sul da Bahia, no início de abril deste ano, continuam derrubando eucaliptos e plantando alimentos. A té agora, as autoridades não apresentaram solução para as terras devolutas ocupadas pela monocultura de eucalipto na região.

A Veracel Celulose é fruto de uma parceria entre duas das maiores transnacionais do ramo de papel e celulose do mundo: a sueca-finlandesa Stora-Enso e a Aracruz Celulose, cada uma detentora de 50% das ações da empresa . A Veracel possui cerca de 205 mil hectares de terras no Extremo Sul da Bahia. Cerca de 20 mil hectares são terras devolutas. Sua fábrica de celulose produz mais de mil toneladas. Tudo destinado à exportação.

O MST está buscando, junto ao Governo do Estado e União, resolver o problema de cerca de cinco mil famílias acampadas na beira das estradas ou assentadas provisoriamente sem infra-estrutura adequada, escolas ou serviços de saúde. Para Luciano, uma das lideranças do MST na região, “o Governo precisa resolver este problema, as famílias não podem mais viver nesta situação tão precária”.

“Quando uma decisão é a favor de uma empresa como a Veracel, o Governo decide rápido, constrói estradas, concede financiamentos e isenção de impostos, mas para decidir em favor do povo, principalmente dos trabalhadores, aí o Governo leva muito tempo. E enquanto o Governo não decide, nós ficamos aqui na terra, derrubando eucalipto e plantando alimentos. Já são cerca de 10 hectares plantados de milho e feijão como vocês podem verificar”, relata.