Assentados do Irmã Alberta celebram três anos de conquista

O assentamento Comuna da Terra, Irmã Alberta, localizado na região de Perus, na cidade de São Paulo, completou três anos no último dia nove. Ocupado no ano de 2002, por 40 famílias do MST, a área, do então acampamento, iria servir para a construção de um lixão ou como depósito de resíduos que seriam tirados do rio Pinheiros, como queria a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Após sete anos da ocupação, para comemorar a data, as famílias realizaram um ato político, que contou com a presença de aproximadamente 150 pessoas, vários parlamentares, músicos e membros da Igreja. Entre os presentes estava o deputado federal Ivan Valente (PSOL), o senador Eduardo Suplicy (PT) e o religioso Don Thomas Balduino.

Irmã Alberta, quem deu origem o nome do assentamento, afirmou que o ato é uma resposta à falta de interesse do governo pela realização da reforma agrária.

“Esta é a celebração de uma vitória, da resistência que as famílias tiveram. Um ato da paciência contra o governo que não faz justiça, que não respeita os direitos das pessoas. Ato pela falta de oportunidade de viver uma vida normal, vida que é direito de cada um. A luta dessas famílias é muito importante por isso está sendo coroada publicamente.”

Para a moradora do acampamento Antônia Belarmina, a entrada dela no MST devolveu a dignidade de sua família, que vivia com muitas dificuldades no bairro de Perus.

“Eu estava em uma situação muito difícil, sem emprego e sem renda. Depois que eu vim para o assentamento, minha casa está com muita fartura. Tenho lavoura, crio porco, galinha e até tenho duas vaquinhas de leite. Estou muito bem. Esse é o pedacinho do meu paraíso.”