8ª Jornada de Agroecologia reúne 4 mil participantes em Francisco Beltrão

Francisco Beltrão espera receber quatro mil pessoas entre quarta-feira (27/5) e sábado (30/5). Agricultores, camponeses, trabalhadores rurais, pesquisadores, engenheiros agrônomos, ecologistas e estudantes de várias áreas, delegação de agricultores do Paraguai e representantes africanos e cubanos participam da 8ª Jornada de Agroecologia.

O evento, que ocontece no Parque de Exposições, é promovido por organizações e entidades de agricultores familiares e camponeses, e promete movimentar a cidade e região, dado o número de participantes vindos de várias regiões do Paraná, outros estados e países.

Com o lema Terra Livre de Transgênicos e Sem Agrotóxicos: Construindo o Projeto Popular e Soberano para a Agricultura, o debate central do evento gira em torno da Agroecologia como um projeto alternativo para agricultura e da garantia da soberania alimentar, principalmente neste momento de crise econômica.

A atividade terá início às 9h30, desta quarta-feira (27/5) e, às 14h, os participantes realizam uma marcha até a praça central de Francisco Beltrão (localizada em frente ao banco Itaú), em Defesa da Reforma Agrária, Soberania Alimentar, da Agroecologia, das Sementes Crioulas e da Biodiversidade.

O evento conta com conferências, palestras e debates, oficinas e seminários, com exposição e apresentação de experiências, feira e festa de sementes e alimentos agroecológicos, para troca e
comercialização, além de espaços de promoção da cultura camponesa.

Autoridades como o governador do Estado Roberto Requião, Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, Presidente do Incra, Rolf Hachbart, Secretário Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Crispin Moreira e o coordenador do Programa de Aquisição de Alimentos do Ministério do
Desenvolvimento Social, Marcelo Rezende, participam do evento, no dia 29/5.

Vários estandes e estruturas de lona estão sendo montadas no parque, que estará aberto à visitação da comunidade durante a Jornada.

A Jornada de Agroecologia

As Jornadas de Agroecologia, que tiveram início em 2002, cumprem um papel fundamental na ampliação da expressão da agricultura familiar e camponesa junto à sociedade e às instituições governamentais, técnicas, científicas (de ensino e pesquisa).

Depois de passar por Ponta Grossa e Cascavel, neste ano a Jornada acontece em Francisco Beltrão, no Sudoeste do estado, região que tem como base econômica a agricultura familiar em pequenas propriedades. Lá estão várias organizações, entidades e movimentos sociais, que ao longo dos anos se tornaram referência nacional na luta da agricultura familiar e dos trabalhadores rurais. Foi nessa região que, em 1957, pequenos agricultores pegaram em armas para lutar pelo direito à terra. O Episódio ficou conhecido como a Revolta dos Colonos.

Segundo o integrante da Via Campesina, José Maria Tardin, o evento é uma articulação de várias entidades ligadas aos trabalhadores do campo na luta pela agroecologia. “Estamos construindo uma ação permanente e aglutinadora de articulação em torno da proposta de agricultura familiar
e camponesa voltada para a produção agroecológica, buscando a preservação do meio ambiente e recursos naturais, e o fim da dependência dos agricultores com as grandes transnacionais da agricultura”, explica.

A 8ª Jornada de Agroecologia é promovida pela Via Campesina, Fetraf-Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da região Sul – FetrafSul/CUT, Fórum Regional de Entidades da Agricultura Familiar e Escola Latino-Americana de Agroecologia.

Programação

Durante 8ª Jornada de Agroecologia estão previstas conferências, palestras e debates, oficinas e seminários, com exposição e apresentação de experiências, realização de feira e festa de sementes
e alimentos agroecológicos, para troca e comercialização, além de espaços de promoção da cultura camponesa.

A abertura será as 9h30 do dia 27/5 e, a partir das 14h, os participantes realizam uma marcha até a praça de Francisco Beltrão (localizada em frente ao banco Itaú), em Defesa da Reforma Agrária, Soberania Alimentar, da Agroecologia, das Sementes Crioulas e da Biodiversidade.

No dia 28/5, durante à tarde estão previstas cerca de 80 oficinas com troca de experiências de práticas agroecológicas que vêm sendo desenvolvidas pelos agricultores, pesquisadores e entidades que participam da atividade. No dia 29/5, a partir das 15h, acontece o Ato de Formatura da Turma “Mata Atlântica”, graduada em Agroecologia pela Escola Latino-Americana de Agroecologia da Lapa-PR. Haverá também um Ato Político com a presença de autoridades nacionais e estaduais, para debater a apresentação de propostas de políticas públicas a serem adotadas pelos governos para a promoção e fomento da agroecologia no país. Neste dia, das 10h às 12h, também ocorre a festa das sementes.

Os participantes ainda terão a oportunidade de visitar o Túnel do Tempo, que conta a história da humanidade e da agricultura no mundo. A iniciativa é um projeto construído por estudantes do Colégio Estadual Francisco Neves Filho, de São João do Triunfo/PR, orientado pela equipe pedagógica do colégio. Formado por 18 fases, o projeto funciona como um labirinto, dentro do qual os visitantes caminham e encontram, a cada fase, um cenário característico do período histórico que é descrito pelos estudantes.

Histórico

A Jornada de Agroecologia tem se firmado por meio de um processo de atividades que ocorrem durante todo ano em diversos locais. Os encontros são referência na busca de conhecimentos e debates em torno da construção de uma nova matriz tecnológica para a agricultura familiar e camponesa.

Os três primeiros eventos (2002, 2003 e 2004) aconteceram no município de Ponta Grossa/PR, e os outros quatro (2005, 2006, 2007 e 2008) em Cascavel.

Os resultados práticos se multiplicam, na implantação de campos de sementes crioulas em pequenas propriedades e assentamentos, produção agroecológica, feiras da agricultura camponesa, centros de estudo em agroecologia e outras iniciativas. Para a formação de técnicos em agroecologia, as organizações dos agricultores familiares e camponeses criaram três escolas de ensino médio e uma superior no estado, destacando-se a Escola Latino-Americana de Agroecologia, no município da
Lapa/PR.

Para saber mais acesse www.jornadadeagroecologia.com.br