MST denuncia terras griladas e milícias armadas no Pará

O MST do Pará iniciou uma jornada de lutas contra a lentidão do processo de Reforma Agrária, pelo assentamento das 2 mil famílias acampadas no Estado e por obras de infra-estrutura no assentamentos antigos nesta quarta-feira (4/11). "A retomada das terras griladas está parada e os latifundiários estão utilizando milícias armadas para intimidar as famílias Sem Terra", denuncia integrante da coordenação nacional do MST, Maria Raimunda.

O MST do Pará iniciou uma jornada de lutas contra a lentidão do processo de Reforma Agrária, pelo assentamento das 2 mil famílias acampadas no Estado e por obras de infra-estrutura no assentamentos antigos nesta quarta-feira (4/11).

“A retomada das terras griladas está parada e os latifundiários estão utilizando milícias armadas para intimidar as famílias Sem Terra”, denuncia integrante da coordenação nacional do MST, Maria Raimunda.

Mais de 300 famílias estão se concentrando na Curva do S, palco do Massacre de Eldorado dos Carajás, onde devem fazer um grande ato em denúncia contra o uso de milícias armadas pelo latifúndio e pela desapropriação de terras griladas no estado. Os Sem Terra devem permanecer até dia 13/11 no local, quando terminarem as negociações.

Também foi realizado um ato pacífico na sede da Fazenda Maria Bonita (Eldorado dos Carajás), do grupo Santa Bárbara, de propriedade do banqueiro Daniel Dantas. Essa fazenda está ocupada desde julho de 2008 por 450 famílias, que cobram a retomada da área grilada, de acordo com estudo do Iterpa (Instituto de Terras do Pará).

Depois do ato, as famílias fizeram um protesto na rodovia PA-150. “O grupo do Daniel Dantas está usando milícias armadas e irregulares para ameaçar os trabalhadores”, afirma Maria Raimunda.

Na semana passada, quatro pessoas foram sequestradas por milícias armadas financiadas por latifúndiários e pelo agronegócio. Nos últimos meses, mais de 18 trabalhadores foram baleados por ações desses grupos. “Essas milícias são clandestinas e atuam sentido de combater os movimentos sociais do campo e perseguir os trabalhadores acampados”, explica.

No município de Sapucaia, cerca de 250 famílias fizeram um ato na sede da fazenda Rio Vermelho, que tem parte ocupada desde 2006. O Incra fez a vistoria da área no ano passado e concluiu que a área é da União. Os Sem Terra reivindicam a devolução da área. No momento, as famílias se encontram na beira da estrada e esperam que as autoridades responsáveis agilizem a retomada da terra.