Conflito em São Joaquim do Monte: a história se repete

Há um ano, em 19 de fevereiro de 2009, na semana anterior ao carnaval, a polícia militar de Pernambuco realizava a operação de despejo das famílias acampadas na fazenda Jabuticaba, no município de São Joaquim do Monte, Agreste de Pernambuco. Dois dias depois, no dia 21, um grupo de pistoleiro armou uma tentativa de massacre contra os acampados do MST nas fazendas Jabuticaba e Consulta, ambas localizadas no mesmo município. Durante a resistência dos trabalhadores ao ataque, quatro pistoleiros morreram.

Há um ano, em 19 de fevereiro de 2009, na semana anterior ao carnaval, a polícia militar de Pernambuco realizava a operação de despejo das famílias acampadas na fazenda Jabuticaba, no município de São Joaquim do Monte, Agreste de Pernambuco.

Dois dias depois, no dia 21, um grupo de pistoleiro armou uma tentativa de massacre contra os acampados do MST nas fazendas Jabuticaba e Consulta, ambas localizadas no mesmo município. Durante a resistência dos trabalhadores ao ataque, quatro pistoleiros morreram.

Em conseqüência da ação dos pistoleiros, quatros pais de família se encontram até o momento presos e um grupo de trabalhadores com prisão preventiva decretada. Outros sete trabalhadores foram presos em uma área vizinha, na fazenda Camaragibe, de propriedade do empresário João do Confeito, condenado e procurado pela Justiça por sonegação de impostos. Ao mesmo tempo, o Sr. Gercino, policial militar que prestava serviço ilegalmente como segurança da fazenda Consulta, e principal motivador do conflito, continua integrado à polícia militar sem ter sofrido qualquer punição.

No dia 27/2 do ano passado, com a presença do Ouvidor Agrário Nacional, do Superintendente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária de Pernambuco (Incra) e de umrepresentante do Governo do Estado, foi realizado um acordo que garantia a segurança das famílias acampadas e estabelecia o prazo de 30 dias para a desapropriação de uma área para assentamento das famílias.

Um ano mais tarde, as famílias continuam vivendo debaixo de lona e sob ameaça constante. Em total descumprimento do acordo realizado anteriormente, e da própria legislação brasileira, o Incra não desapropriou nenhuma área para assentamento das famílias, o Governo do Estado não desapropriou a fazenda Consulta por interesse social, nem tampouco foram desapropriadas as fazendas do empresário João do Confeito, por debito com a Secretaria da Fazenda do estado.

Neste ano, a história parece se repetir, cruel e propositadamente. Mais um vez, foi marcado para esta quinta-feira (11/2), durante a semana que antecede o carnaval, o despejo das famílias acampadas na fazenda Jabuticaba. Parece ironia, ou provocação da Polícia Militar, mas o Governo do Estado tenta repetir a história da tragédia do carnaval de 2009.

O MST condena a inação do Incra, do Governo do Estado e dos órgão responsáveis em resolver um conflito social que se arrasta há mais de cinco anos. Mais uma vez as famílias vão resistir ao despejo. Cercando o acampamento, o proprietário volta a montar trincheiras com pistoleiros contratados. Desprotegidas, as famílias serão alvo fácil para a ação dos pistoleiros, principalmente as famílias dos companheiros que estão presos.