MST resgata cultura tropeira em cavalgada na região de Itapeva

Por Vanessa Ramos Da Página do MST Em meio ao frio de uma manhã de domingo, cerca de 300 cavaleiros percorreram 30 quilômetros e reviveram a tradição de tropeiros, durante a 4ª Cavalgada do MST, realizada por trabalhadores rurais do Assentamento Pirituba, que fica na região de Itapeva, no interior de São Paulo. Na abertura da atividade, um café foi oferecido aos cavaleiros e aos acompanhantes. Ao som do tradicional berrante - uma espécie de buzina feita de chifres de animais -, os cavaleiros partiram em direção às trilhas antigas da região.



Por Vanessa Ramos
Da Página do MST

Em meio ao frio de uma manhã de domingo, cerca de 300 cavaleiros percorreram 30 quilômetros e reviveram a tradição de tropeiros, durante a 4ª Cavalgada do MST, realizada por trabalhadores rurais do Assentamento Pirituba, que fica na região de Itapeva, no interior de São Paulo.

Na abertura da atividade, um café foi oferecido aos cavaleiros e aos acompanhantes. Ao som do tradicional berrante – uma espécie de buzina feita de chifres de animais -, os cavaleiros partiram em direção às trilhas antigas da região.

Leia também
Assentados produzem arroz, feijão, milho, soja e trigo em Itapeva
Veja vídeo sobre 4ª Cavalgada do MST de Itapeva

Veja mais fotos da 4ª Cavalgada do MST em Itapeva

“A cavalgada faz a gente lembrar de coisas do passado. Eu estou aqui desde cedo esperando eles passarem e sempre, nesse dia, a gente fica um pouco emocionada. Ela nunca pode parar”, relatou, com os olhos cheios de lágrimas, Isabel Mariano da Silva, assentada na Agrovila III há 25 anos.

Os cavaleiros partiram de duas agrovilas distintas, diferentemente das últimas cavalgadas.

[img_assist|nid=10668|title=Assentado toca berrante|desc=|link=none|align=left|width=640|height=434]Mas o destino foi um só. Os dois grupos cavalgaram em direção ao bairro Engenheiro Maia, onde homenagearam dois velhos companheiros tropeiros: Cláudio Rodrigues e José Maria.

José Aparecido, popularmente conhecido como Zezinho, assentado na região de Itapeva e militante do MST, explicou que a homenagem a antigos companheiros é uma tradição da cavalgada.

“São dois companheiros idosos que não estão mais em condições de cavalgar. Eles historicamente, usaram o cavalo como meio de transporte. Portanto, são dois tropeiros antigos da região”.

Após as homenagens, os cavaleiros seguiram em direção à Agrovila V, onde o churrasco era preparado. Essa confraternização simbolizou um dos pontos de parada dos tradicionais tropeiros. Depois de quilômetros cavalgados, paravam para alimentar a tropa, dar água aos animais e, depois disso, seguir viagem.

[img_assist|nid=10665|title=Cavalgada terminou com música e churrasco|desc=|link=none|align=right|width=640|height=439]Para Zezinho, essa edição foi muito especial. Além de valorizar a cultura camponesa, o evento teve o objetivo de arrecadar recursos para reabrir a Rádio Camponesa FM, que está fechada por falta de equipamentos.

“A nossa Rádio Camponesa completa 13 anos no final deste ano e está parada a mais ou menos seis meses. Nós acreditamos que ainda este ano, com os recursos arrecadados nessa cavalgada, a rádio seja reaberta”, comemorou.

A 4ª Cavalgada terminou ao som de muita música e churrasco. Para fechar com chave de ouro, um bingo foi realizado em prol da rádio. Até um boi foi bingado.

(Fotos: Setor de Comunicação MST)