Sem Terrinhas fazem ato contra fechamento de escolas em São Paulo

Por Maria Aparecida Da Página do MST Foram três dias de muita mística, brincadeiras, oficinas, apresentações culturais, dias de conhecer novas pessoas, de trocar experiências. Também de conversar sobre coisa séria, estudar e exigir que os direitos das crianças de acampamentos e assentamentos de Reforma Agrária sejam cumpridos. Foi com essa perspectiva de luta que uma marcha, seguida de um ato na Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo, finalizou o 4º Encontro Estadual das crianças Sem Terrinha de São Paulo.


Por Maria Aparecida
Da Página do MST

Foram três dias de muita mística, brincadeiras, oficinas, apresentações culturais, dias de conhecer novas pessoas, de trocar experiências. Também de conversar sobre coisa séria, estudar e exigir que os direitos das crianças de acampamentos e assentamentos de Reforma Agrária sejam cumpridos.

Foi com essa perspectiva de luta que uma marcha, seguida de um ato na Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo, finalizou o 4º Encontro Estadual das crianças Sem Terrinha de São Paulo.

Uma comissão formada por 15 crianças Sem Terrinha pautou as dificuldades que as crianças enfrentam nas suas regiões para frequentar as escolas e também exigiu, em nome das 400 crianças presentes no encontro, que seja dada maior atenção para uma educação baseada na realidade do meio rural.

Paulo Renato Souza (PSDB), secretário de Educação, “não teve tempo” para receber a comissão, de acordo com sua assessoria. Com isso, essa é a 14º vez que o MST solicitou audiência, mas não é recebido pelo responsável pelas escolas estaduais.

Escolas fechadas

Somente no primeiro semestre deste ano, foram fechadas três escolas do meio rural no Estado de São Paulo. Além dessas, mais três escolas, nas regiões de Sorocaba e Itapeva, correm riscos de terem as portas fechadas e as crianças serem obrigadas a estudar em outras escolas, distantes dos assentamentos.

Na reunião, a assessoria do secretário jogou a responsabilidade pela falta de escolas do campo para as delegacias de ensino das regiões. “A secretaria estadual lavou suas mãos para a educação das crianças do campo”, afirma Claúdia Praxedes, do setor de educação do MST.

“Voltaremos outra vez, e outra, e outra, até que eles de fato nos atendam e resolvam as questões de uma educação de qualidade para as nossas crianças”, ressaltou Érica Aparecida, da direção estadual do MST.

Em coro, as crianças que fizeram parte da comissão disseram o que é estudar em algumas dessas escolas: “Sofremos muitos preconceitos quando estamos nas escolas das cidades. As pessoas acham que são melhores do que nós, só porque somos Sem Terra, mas elas não vêem que somos seres humanos e que temos direitos também, iguais a elas”.

“Em vez de fechamento, queremos a construção de novas escolas nas áreas de assentamento e melhoria de infra-estrutura daquelas que já existem. Nossas crianças, assim como todas as crianças do Brasil, merecem uma educação de qualidade, voltada para suas necessidades”, exige Claúdia.