Movimentos sociais comemoram entrada da Venezuela no Mercosul

 

 

Do Operamundi

O movimento “Brasil está com Chávez”, que reúne partidos progressistas e movimentos sociais brasileiros em apoio à reeleição de Hugo Chávez e à entrada da Venezuela no Mercosul, organizou nesta terça-feira (31/07) uma manifestação de apoio ao venezuelano na sua passagem por Brasília.

Chávez participou da Cúpula Extraordinária do Mercosul, que confirmou a entrada da Venezuela como membro pleno do bloco, e está em campanha para se reeleger nas eleições do dia 7 de outubro.

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“Chávez é fundamental para continuarmos nossa luta para derrotar as oligarquias do continente”, dizia, do alto do carro de som, o representante do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que liderou a manifestação. “Temos que nos unir para aprofundar os laços de solidariedade com os povos sul-americanos e para apoiar a continuidade da revolução bolivariana”, continuou, para depois puxar o grito de apoio que os partidários de Chávez cantam na campanha na Venezuela: “Uh, ah, Chávez no se vá!”

O estudante Anderson Pedrini veio de Belém do Pará para participar de reuniões do Levante Popular da Juventude e para participar do ato. “A adesão da Venezuela ao Mercosul é um passo importante para a construção de uma grande pátria latino-americana”, disse.

Eloiza Soares, da ABEEF (Associação Brasileira de Estudantes de Engenharia Florestal), avalia que a reeleição de Chávez é fundamental para que o continente continue a discutir temas como a apropriação dos recursos naturais e a soberania dos povos sobre esses recursos. “Chávez tem uma simbologia importante, ele é um exemplo de luta para os demais países, por isso a sua reeleição é tão importante”, afirmou.

O objetivo do grupo era realizar a manifestação em frente ao Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, para onde Chávez e os demais presidentes do Mercosul se dirigiram para almoçar depois das reuniões e da entrevista coletiva realizados no Palácio do Planalto.

No entanto, o batalhão do Exército que cuidou da segurança e do trânsito durante a Cúpula não permitiu que o grupo ficasse em frente ao Itamaraty. A manifestação de apoio, assim, ficou a cerca de 50 metros da rua por onde passou a comitiva venezuelana. “Infelizmente, ficamos um pouco afastados, mas mesmo assim acho que o Chávez conseguiu ver a gente”, disse Aurindo Pereira Dias, integrante do MST em Brasília.

Na coletiva de imprensa após a Cúpula do Mercosul, Chávez afirmou que, com a entrada da Venezuela no bloco regional, “entramos em um novo período de aceleração e de mudanças da história, da geografia e da política” na região, dando continuidade às mudanças instituídas pelos governos de esquerda que se elegeram na região na década passada – além dele próprio, em 1999, Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil, Nestor Kirchner na Argentina e Tabaré Vazquez no Uruguai.

Chávez lembrou que o movimento pode continuar, pois todos elegeram seus sucessores – Dilma Roussef, Cristina Kirchner e José Mujica. Chávez destacou o compromisso da Venezuela com a integração do Mercosul. “O nosso norte é o Sul”, afirmou.

Segundo a liderança do “Brasil está com Chávez”, outras reuniões devem ser organizadas em breve em outras capitais para coordenar novas ações de apoio ao presidente venezuelano. Além do MST e do Levante Popular da Juventude, outros grupos estão entre os apoiadores do movimento e participaram da manifestação desta terça-feira, como a UNE (União Nacional dos Estudantes), a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o PT (Partido dos Trabalhadores), o PCdoB (Partido Comunista do Brasil) e o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade).