Debate sobre marxismo reúne principais estudiosos internacionais na ENFF

 

 

Por Marcio Zonta
Da Página do MST

 

 

Aproximadamente 350 pessoas participaram na manhã de domingo (24\03) na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema-SP, de um ciclo de debates com dois dos principais estudiosos do marxismo na atualidade, o americano David Harvey e o alemão Michael Heinrich.

Com o tema “O Capital de Marx”, o encontro reuniu professores e alunos de diversas universidades brasileiras, assim como membros de vários movimentos sociais e partidos políticos internacionais e brasileiros.

Os geógrafos estudiosos do marxismo alertaram sobre o avanço do capitalismo sobre o campo, sobretudo na América Latina, culminando no desapossamento de milhares de camponeses, indígenas e quilombolas de suas terras.

“A terra se tornou hoje umas das principais ambições do capitalismo para investimento que garanta seu futuro, por isso vem desapossando populações tradicionais de suas áreas”, aponta David Harvey.

Água, minério, assim como a terra, bens comuns pertencentes à humanidade estariam sofrendo uma rápida intervenção capitalista nos últimos tempos para Harvey. “Esses recursos naturais são de usufruto comunal, portanto dos povos, por isso o capitalismo expulsa de maneira desenfreada e veloz as populações quem vivem em torno desses bens naturais para se apropriar deles”, acusa.

Já o geógrafo alemão lembrou que o MST é um dos principais modelos para o movimento estadunidense Ocupa Wall Street, que vem realizando diversas ocupações nos Estados Unidos em prédios públicos, denunciando a desigualdade econômica e social perante a crise financeira. “O MST ensinou a diversas outras partes do mundo como se organizar contra o capitalismo e denunciar sua verdadeira face”.

Por fim, Harvey e Heinrich foram convidados a plantar uma árvore nas dependências da escola. O evento faz parte da programação pensada pela Associação dos Amigos da ENFF, que convida diversos pensadores contemporâneos para debater sobre diferentes temas sociais, além de aproveitar a oportunidade e propiciar uma visita coletiva à escola, na perspectiva de colocar o púbico diante de uma nova realidade concreta, construída de forma coletiva, pelo trabalho voluntário de centenas de trabalhadores Sem Terra e de simpatizantes.