MST denuncia expulsão de família de agricultores do Açu pelo governo do Rio

 

Da Página do MST

 

O MST denuncia que funcionários do governo do Rio de Janeiro, vinculados à Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro (CODIN), invadiram terras de agricultores no Açu, em São João da Barra, onde empresa do empresário Eike Batista constrói um porto.

 

Da Página do MST

 

O MST denuncia que funcionários do governo do Rio de Janeiro, vinculados à Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro (CODIN), invadiram terras de agricultores no Açu, em São João da Barra, onde empresa do empresário Eike Batista constrói um porto.

“Enquanto algumas famílias choravam a morte do Sr. José Irineu Toledo, agricultor da região que falecera em Campos, abutres ligados à burocracia do Estado e da CODIN (Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro) invadiram as suas terras no Açu”, diz nota do MST-RJ.

Abaixo, leia texto do blog do Pedlowski, divulgado em 1º de agosto sobre o caso

 

CODIN desapropria terra de José Irineu Toledo no dia da sua morte

Hoje dois fatos já marcaram o dia no distrito de Água Preta no V Distrito de São João da Barra: a morte do agricultor paraplégico José Irineu Toledo e a desapropriação de sua propriedade pela Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro (CODIN).

Os cinco filhos de José Irineu que dependem da propriedade para tirar o seu sustento nem puderam ir enfrentar o contingente formado por policiais militares, oficiais de justiça, técnicos da CODIN e cavaleiros que retiravam de forma improvisada o rebanho de gado leiteiro que é a principal fonte de sustento dos filhos de José Irineu Toledo.

Um aspecto que merecerá o devido processo de investigação sobre os modos e procedimentos da CODIN é que o Sr. José Irineu Toledo foi citado como “réu ignorado” no processo que formalizou a expropriação de sua pequena propriedade. Como o Sr. José Irineu nasceu e viveu toda a sua vida em Água Preta, o expediente de citá-lo como “réu ignorado” é mais do que esquisito.

Outo fato interessante que poderá ser verificado logo abaixo é que esta propriedade, ainda com o gado da família dentro da propriedade, recebeu uma enorme placa identificando a propriedade como sendo agora da CODIN que irá usá-la supostamente para a instalação do “Distrito Industrial de São João da Barra”; Como a direção da CODIN já declarou que o processo de instalação deverá se prolongar até 2030 (!), fica a dúvida de porque essa operação de guerra para remover o gado para a Fazenda Papagaio, pelo 10 km distante da propriedade do Sr. José Irineu, especialmente quando se sabe que as águas da fazenda foram salinizadas pelas águas que saíram do aterro hidráulico construído pelo Grupo EBX.

Segundo o que me disse a oficial de justiça que efetuou a desapropriação, a CODIN ficará responsável pelo cuidado do gado da família do Sr. José Irineu que, agora, será misturado com o de outros proprietários que foram desapropriados anteriormente.

Finalmente, a pergunta: quem pagou por essa operação de guerra, especialmente pelos cavaleiros que de forma atabalhoada estavam recolhendo o gado? E por que tanta pressa? No mínimo, isso parece uma punição contra os 29 agricultores (incluindo alguns filhos do Sr. José Irineu) que protocolaram uma queixa-crime no Superior Tribunal de Justiça contra Eike Batista, Sérgio Cabral e Luciano Coutinho (presidente do BNDES) no dia 27 de Julho.

E depois o (des) governador Sérgio Cabral ainda vem na TV pedir pela paz dos seus filhos no Leblon. Eu gostaria de saber porque essa mesma paz que ele tanto preza não está sendo garantido neste momento de perda e dor aos filhos do Sr. José Irineu Toledo.