Turma de Especialização Residência Agrária realiza aula inaugural na Unb



Por Mayrá Lima e Iris Pacheco
Da Página do MST


“Não vou sair do campo para poder ir para a escola, educação do campo é direito e não esmola”. É dessa maneira que o curso de especialização “Residência Agrária: matrizes produtivas da vida no campo” realizou, nesta terça-feira (6), sua aula inaugural, afirmando que o campo é um lugar de viver e que o camponês como sujeito também é construtor de conhecimentos teóricos acadêmicos.

Por Mayrá Lima e Iris Pacheco
Da Página do MST

“Não vou sair do campo para poder ir para a escola, educação do campo é direito e não esmola”. É dessa maneira que o curso de especialização “Residência Agrária: matrizes produtivas da vida no campo” realizou, nesta terça-feira (6), sua aula inaugural, afirmando que o campo é um lugar de viver e que o camponês como sujeito também é construtor de conhecimentos teóricos acadêmicos.

O ato de abertura, realizado no auditório Dois Candangos da Faculdade de Educação/Campus Darcy Ribeiro, da Universidade de Brasília, trouxe elementos fundantes da educação na vida do ser humano e como a população camponesa tem construído seu projeto de educação que atenda suas necessidades reais.

Na aula inaugural, a professora Cristina Bezerra, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e Elemar Cezimbra, da coordenação nacional do MST no Paraná, focaram no papel estratégico da relação entre Reforma Agrária, movimentos sociais e Universidade.

“A busca do conhecimento é uma condição indispensável para a classe trabalhadora, para a formação do sujeito comprometido com a capacidade teórica e prática”, abordou Cristina, ao falar da relação na formação de sujeitos comprometidos com a construção de um novo ser.

Já Cezimbra, destacou a construção dessa relação, enfatizando a importâncias desses espaços de formação e discussão dentro dos movimentos sociais, que se tornaram elementos fundantes da educação do campo.

O papel da universidade seria, portanto, ajudar a pensar e a formular tais questões, ao fazer o enfrentamento, abrir suas portas, e contribuir na construção de conhecimento científico sobre a real situação agrária do país.

Estiveram presentes no ato de abertura da aula o Decano de pesquisa e pós graduação da Unb, Jaime Santana, a Vice Presidente da Faculdade de Planaltina, Elizabeth Maria Mamede da Costa, o Coordenador de Extensão da Faculdade de Educação, Erlando da Silva Rêses, a coordenadora da Escola Nacional Florestan Fernandes, Rosmeri Witcel, e o presidente nacional do Incra, Carlos Guedes.

Também estiveram presentes movimentos sociais como o MST e o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD). O Deputado Pde. João, representante da frente parlamentar de educação do campo, também esteve presente e afirmou a responsabilidade da frente buscar avanços legislativos e dar capilaridade à educação do campo no país.

O curso

A especialização é fruto da parceria entre a Universidade de Brasília e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Esta é a primeira turma da especialização e se faz composta por estudantes, assentados, quilombolas, agricultores, técnicos rurais e professores das escolas do campo.

A Residência Agrária compreende dois eixos centrais de formação: Agroecologia e Organização de Assentamentos e Cultura, Arte e Comunicação e tem a Pedagogia da Alternância como proposta metodológica.

“A busca por melhores condições de vida e trabalho no campo cada vez mais exigem aprimoramento por parte dos sujeitos que compõem esta realidade, sejam os camponeses, quilombolas, os técnicos agrícolas, ou os professores. Valorizar esta diversidade é basilar para pensarmos as matrizes produtivas no campo, suas contradições e avanços”, explica a ementa do curso.

A especialização procura potencializar as experiências de produção agroecológicas, da segurança e da soberania alimentar das famílias que vivem no campo. Os estudos também resgatam as diversas linguagens artísticas ao articular a juventude do campo com espaços de cultura e tradição, além de reflexão sobre comunicação, indústria cultural e vida no campo.