Em Itapeva, Sem Terrinha reivindicam melhorias nas escolas


Por Magnólia Fagundes
Da Página do MST

Cerca de 150 crianças coloriram o espaço do Encontro dos Sem Terrinha da Regional Sudoeste do estado de São Paulo, com apresentações musicais, danças típicas nordestinas e muitas brincadeiras.

A atividade, que foi realizada na sede da Cooperativa Regional dos Assentados da Região de Itapeva (Coapri), aconteceu no último dia 18/10.

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Os momentos de descontração foram muitos, mas as crianças também puderam socializar suas pautas de reivindicação para melhorias das escolas dos assentamentos: melhores estradas, tratamento de águas, mais computadores nos laboratórios, instalação de internet.

“É preciso despertar a solidariedade e o senso crítico das crianças. Elas precisam dar continuidade à luta de seus pais e se organizar para conservar tudo o que está aqui”, acredita Nilza Bueno, diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Franco Montoro, que fica no assentamento.

Nilza ressalta que é precisa fazer da escola “um trabalho de pertença, divulgação, planejar as pautas e buscar as melhorias. Esse trabalho deve ser feito com todos os alunos da escola, não só com um grupo de representantes, e tem que ser um trabalho permanente”.

Atualmente, o projeto de Educação do Campo ainda não é realidade nas escolas da região. Há apenas cinco escolas em áreas de assentamentos, e somente uma com o projeto pedagógico voltado para a educação do campo.

Fechar Escola é Crime

Um ponto em especial chamou maior atenção dos participantes: o fechamento da Escola da Agrovila II.

Os assentados comentam que a situação é de total desrespeito: a escola foi desativada e as salas de aula foram transferidas para o barracão comunitário, utilizado para armazenar grãos e defensivos agrícolas.

Com isso, os Sem Terrinha participaram de uma audiência pública no município de Itaberá, onde foram recebidos pelo Prefeito José Caetano, o vereador Everaldo, e Terezinha, representando a Diretoria de Ensino de Itararé.

Segundo o Prefeito, há um recurso de R$ 150 mil para a reforma da escola, mas caso seja necessário, a prefeitura também poderá entrar com mais recurso.

Porém, os assentados chamam atenção para a proposta da Diretoria de Ensino, que segundo eles é completamente equivocada. Além do valor ser insuficiente para construir uma nova escola, a reforma proposta órgão público visa derrubar a antiga escola e erguer outra a partir do alicerce.

O Assentamento Agrovila II tem 29 anos, assim como a escola que será demolida. Além da entrega da pauta, os Sem Terrinha disseram aos representantes locais que vão cobrar para que as melhorias sejam de fato implantadas.