Oficinas artísticas democratizam a arte na 3° Jornada Cultural de Santa Catarina


Por Fábio Reis
Da Página do MST

As 16 oficinas da 3ª Jornada Cultural e do 4º Festival da Canção de Santa Catarina foram consideradas a grande atração do encontro, que aconteceu entre os dias 5 a 9 de novembro, no Assentamento José Maria, em Abelardo Luz.

Oficinas de pintura em telha, palhaço, muralismo, artes plásticas, áudio visual, artesanato, música, etc, foram pensadas para que os mais de 300 participantes pudessem vivenciar na prática a produção da arte.

Segundo Juliana Bonassa, do setor de cultura do MST, toda experiência que possibilite a transformação do ser humano e da sociedade é importante para o Movimento, “por isso a necessidade dos militantes se apropriarem das linguagens das artes como mais um elemento para  vivenciar a cultura camponesa”. 

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A oficina de pintura em telhas, por exemplo, reaproveitou os materiais de entulho para embelezar casas, salões festivos e diversos outros espaços de vivência nas comunidades.

“Existem vários modos de se fazer as pinturas, mas cada um tem seu jeito particular, seja na forma como mistura a tinta ou como preenche o desenho”,  conta a monitora da oficina Janete Aparecida de Arruda.


Germinando arte

Mais de 100 pessoas passaram nos dois dias da oficina germinando arte, onde foram usadas sementes da região para produzir os trabalhos.

Antes do prático, no entanto, debateu-se sobre a vivência da luta pela terra a partir dos símbolos do MST, destacando o fato do espaço ter como objetivo incentivar a reprodução e a troca de sementes entre camponeses e camponesas.

“Espero que esse trabalho instigue a construção dos bancos de sementes em nossos assentamentos. A arte é apenas para mostrar o potencial da diversidade das sementes”, explica Maritânia Andréia Risso, do setor de educação e cultura do MST.

Já o educador Abimael, acredita que o papel fundamental das oficinas é contribuir na democratização da produção artística, tornando-a mais uma ferramenta de luta.

O atividade envolveu jovens de várias regiões do estado, do campo e da cidade, além da participação de outros estados, como o Rio Grande do Sul, Paraná e representações da Argentina.

A jornada teve o objetivo de debater o papel da juventude Sem Terra na construção de uma nova sociedade, em especial ao que se referem à cultura e aos meios de comunicação.