Trabalhadores rurais ocupam Ministério do Trabalho por melhores condições


Da Adere

 

Mais de 350 trabalhadores rurais ocuparam o prédio do Ministério do Trabalho nesta quarta-feira (2), em Varginha (MG). Eles reivindicam melhores condições de trabalho, entre elas o fim do trabalho escravo e infantil na região. 

Segundo os representantes da Articulação dos Empregados Rurais da Região Sul de Minas (Adere), os números de trabalhadores nestas condições assustam.


Da Adere

 

Mais de 350 trabalhadores rurais ocuparam o prédio do Ministério do Trabalho nesta quarta-feira (2), em Varginha (MG). Eles reivindicam melhores condições de trabalho, entre elas o fim do trabalho escravo e infantil na região. 

Segundo os representantes da Articulação dos Empregados Rurais da Região Sul de Minas (Adere), os números de trabalhadores nestas condições assustam.

“No Sul de Minas, que é uma região de cafeicultores, cerca de dois terços dos trabalhadores rurais vivem sem registro de carteira de trabalho. Os sindicatos vêm denunciando isso há anos em Varginha, em Belo Horizonte, inclusive com os três últimos ministros, a realidade dos trabalhadores na região”, explica Jorge Ferreira, coordenador da Adere na região.

Os trabalhadores foram recebidos pela gerência do Ministério do Trabalho, que garante que a fiscalização é feita, mas com o grande número de cidades que fica por responsabilidade da regional, é necessário buscar ajuda de outras cidades.

“Ttínhamos 46 cidades na região, agora nossa região foi ampliada para 52 cidades. Temos um corpo de fiscais aqui e quando há uma demanda, procuramos fiscalizar as prioridades, fazemos há vários anos essas ações fiscais, já avançamos nessa área, mas ainda temos muito o que fazer porque a demanda é muito alta e a nossa capacidade é limitada”, afirma o gerente regional da instituição, Mário Ângelo Vitório.

Trabalhadores rurais protestam na sede do Ministério do Trabalho em Varginha (Foto: Reprodução EPTV)

O Ministério do Trabalho afirma também que em 2014 nenhuma denúncia de trabalho escravo foi registrada na regional. Os mais de 350 manifestantes disseram que não pretendiam deixar o prédio antes de conseguirem uma solução para o problema.

“Enquanto as reivindicações nossas de um amplo planejamento de fiscalização do trabalho rural, a partir desse momento, para fiscalizar as 16 propriedades que constam na ‘lista suja’ do trabalho escravo no Sul de Minas e enquanto não for passado para o sindicato esse planejamento e execução dele, nós não vamos sair daqui”, afirmou Ferreira.

No final da tarde, o Ministério do Trabalho apresentou algumas propostas aos trabalhadores. Mesmo assim, os manifestantes disseram que iriam permanecer no prédio.