Em encontro, Sem Terra fortalecem a luta pela terra com mística e debates


Do Coletivo de Comunicação
Da Página do MST


Gritos de ordem, mística e música são os elementos que orientam os estudos e os debates do 27º Encontro Estadual do MST na Bahia, que teve início nesta quinta-feira (15), na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).


Do Coletivo de Comunicação
Da Página do MST

Gritos de ordem, mística e música são os elementos que orientam os estudos e os debates do 27º Encontro Estadual do MST na Bahia, que teve início nesta quinta-feira (15), na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

Mais de 800 delegados e delegadas de nove regiões do estado participam da atividade, que tem como objetivo fortalecer os estudos a respeito da luta política na atualidade. 

O encontro propõe construir linhas de atuação para o ano de 2015, visando a organização política e produtiva das famílias assentadas e acampadas no estado da Bahia.

A partir dos desafios colocados, os Sem Terra vão consolidando estratégias em torno do debate da Reforma Agrária Popular.

De acordo com a avaliação da direção estadual do MST, vivemos num período difícil para a luta pela Reforma Agrária, porém acreditam na unidade que construída diariamente com os trabalhadores e trabalhadoras assentados e acampados em todo o estado. 

Apontam também que com a luta direta contra o agronegócio com as ocupações de terra é possível avançar e conquistar mudanças significativas na sociedade.

As questões que fomentam a estrutura orgânica do MST também são discutidas cotidianamente por toda sua militância. 

Pensando nisto, o Encontro Estadual está sendo mais um espaço de culminância da luta, organização coletiva, reflexão política e resgate cultural.


Mística de Abertura

Rememorando estes valores e comemorando os 30 anos de luta do MST, a mística de abertura foi mais uma ferramenta de incentivo, coragem e injeção de ânimo a toda militância.

Produção de alimentos, participação indígena na luta pela terra, agricultura camponesa e o modelo de produção do agronegócio, sob a frase “ordem e o progresso”, foram apontadas como temas de partida para uma reflexão.

As músicas que simbolizam a realidade do campo e luta dos trabalhadores embalaram e repudiaram o modelo de produção capitalista.

“Temos muitos desafios pela frente. A nossa mística representa este trabalhador e trabalhadora que precisa se alimentar da mística para permanecer em marcha. Ela não é apenas mais um momento; nossa mística é quando reafirmamos o compromisso de continuar em luta em defesa de uma sociedade realmente justa”, afirmou Aldeane Lebrão, da direção estadual.


Estudo

No primeiro dia de atividade, além das reflexões propostas pela mística, os trabalhadores estudaram o processo político agrário, apontando algumas perspectivas de luta para o Movimento.

A partir de uma análise da organização política partidária e social, João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, enfatizou a complexidade e dificuldade da atual conjuntura, já que nos últimos dez anos as disputas eleitorais deixaram claro que existem duas classes, e que a luta se encontra contra a classe trabalhadora.

“Nosso Movimento se constitui como classe trabalhadora, e nossos assentamentos precisam dialogar com a sociedade denunciando a representação do agronegócio e do capital e sua forma desigual de fazer política”, apontou.

Por fim, Rodrigues apresentou como principais desafios a organização da militância, tendo em vista a organização de massas, reivindicação do plano camponês e a batalha contra os agrotóxicos, “enchendo os mercados” com os produtos da Reforma Agrária.

O Encontro acontece até o próximo domingo (18), em que será fechado um balanço do ano de 2014 e definido as ações para o ano que se segue.