Governo do Maranhão promete atender as reivindicações dos Sem Terra
Por Reynaldo Costa
Da Página do MST
Durante quatro dias, cerca de 600 trabalhadores Sem Terra do estado do Maranhão, a maioria mulheres, realizaram diversas atividades reivindicando direitos para os povos campo.
Depois de ocuparem a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a da sede da Empresa Vale por cerca de 420 mulheres do MST, ambos em São Luís, os trabalhadores conseguiram audiência com o governador do estado, Flavio Dino (PCdoB), e arrancaram compromisso com a Reforma Agrária.
A audiência com o governador é um momento raro no estado. Pouquíssimas vezes movimentos sociais do campo foram atendidos por um gestor estadual.
Na audiência, a pauta prioritária era a situação de violência no campo, a estruturação dos assentamentos, saúde e educação, investimento em assistência técnica e na produção da agricultura familiar.
De forma geral, o governador se comprometeu com a pauta do MST, afirmando que vai construir um plano junto aos secretários de estados com a finalidade de que a pauta seja de fato cumprida.
Uma nova reunião ficou agenda para o dia 25 de Abril, em que o governo se responsabilizou em apresentar planos e metas a partir das reivindicações dos trabalhadores e das reuniões realizadas com o secretariado.
Descaso com o campo
Os camponeses denunciam que as zonas rurais do estado do Maranhão vivem em constante situação de abandono, seja para as grandes ou pequenas produções.
O estado vive a carência de estruturas básicas como estradas e até escolas no campo. Segundo Informações do Setor de Educação do MST no estado, praticamente não há escolas construídas nas comunidades rurais. As poucas existentes são prédios cedidos pelos municípios e que acabam ficando superlotadas.
Outra situação desastrosa é a violência contra os trabalhadores rurais que só aumenta a cada ano. A coordenação estadual do MST espera que o novo governo seja capaz de conter os conflitos provocados pelos agentes do Estado, e que crie mecanismo de enfrentamento aos grupos de milícias.
Para que a pauta apresentada ao governo seja de fato cumprida, os trabalhadores e trabalhadoras rurais retornaram às suas comunidades preparados para novas manifestações com o objetivo de agilizar o cumprimento das reivindicações.