Mais de mil marchantes chegam à capital Campo Grande

No seu terceiro dia marchantes chegam a capital de Mato Grosso do Sul reivindicando direitos trabalhistas e reformas no país.

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Da Página do MST

A Marcha da Classe Trabalhadora do Campo e da Cidade, conduzida pelos movimentos sociais e sindicais de Mato Grosso do Sul, chegou à capital do Estado, Campo Grande, na manhã deste domingo (3). 
São cerca de mil marchantes que estão na atividade desde o dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, caminhando na BR 163, vindo das proximidades do distrito de Anhanduí.

De acordo com Jonas Carlos da Conceição, da direção do MST, a marcha faz parte de uma Jornada de Lutas nacional e denuncia os cinco anos sem Reforma Agrária no estado. 

“Ao nos mobilizarmos nos tornamos mais fortes. Neste domingo foram 10 quilômetros de caminhada, reforçando nossas pautas, uma delas a Reforma Agrária, que em MS está paralisada há mais de cinco anos. Nossa luta é por uma reestruturação no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), para que órgão saia do sucateamento e tenha condições reais de trabalhar”, afirma.

 

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Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/MS), Genilson Duarte, a união do campo e da cidade fortalece a luta contra questões como o Projeto de Lei 4330, da regulamentação da terceirização, uma das pautas da marcha. 

“Unidos sempre somos mais fortes, e dessa maneira conseguimos pressionar, por exemplo, o Congresso Nacional conservador e reacionário que está a todo momento tentando nos tirar direitos, como no caso da PL 4330, que precariza o trabalhado no país e permite que todos os setores tenham terceirizados, que ganham 25% a menos e trabalham de 3 a 4 anos a mais”, ressalta.

Já para Anastácio Peralta, liderança do movimento indígena Guarani-Kaiowá, os indígenas estão presentes reivindicando a retomada de seus território e o fim da Proposta de Emenda Constitucional 215. 

“Queremos mais agilidade na retomada de nossos territórios e também o fim da PEC que atribui competência exclusiva ao Congresso Nacional no que diz respeito à demarcação de terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação. Com o Congresso conservador, composto por latifundiários e reacionários nossas conquistas vão paralisar de vez. Só a Câmara Federal tem 120 deputados federais ligados ao agronegócio e a produção de monocultura”, afirma.

As pautas centrais de reivindicação da marcha são a Reforma Agrária Popular, a Demarcação de Terras Indígenas, contra a PEC 215, o PL 4330 e a redução da maioridade penal. Após os desmandos do governo do estado do Paraná, de Beto Richa (PSDB), os marchantes de MS também aderiram a solidariedade aos professores do Paraná.

Os marchantes estão acampados na entrada de Campo Grande. Na terça-feira (5), às 9hs, na área central, irá acontecer o ato de encerramento das atividades, na praça central Ary Coelho.

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