Mulheres Sem Terra iniciam jornada de lutas no Pará

Cerca de dez pessoas são feridas durante marcha das mulheres em direção a Vale de Parauapebas, no Pará.

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Por Viviane Brigida
Da Página do MST

Neste 08 de Março, mulheres do MST no Pará realizaram ação e formação deram início a jornada de lutas em memória aos vinte anos de impunidade do Massacre de Eldorado dos Carajás.

Belém

No distrito de Mosqueiro em Belém, cerca de 100 trabalhadoras realizaram um encontro de formação sobre autonomia e participação das mulheres, fazendo balanço e avaliação, além de projetarem novas ações para o fortalecimento das relações de gênero, contra a violência e o grande capital.
 

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Parauapebas

No município de Parauapebas, sudoeste paraense, 500 mulheres Sem Terra um ato pacifista e de denúncias contra a Vale. No entanto, o direito de manifestação foi reprimido pela polícia militar na maior província mineral do planeta: A Serra dos Carajás.

O objetivo era fazer um ato simbólico para que não se esqueçam de Mariana e alertar a sociedade que a qualquer momento a tragédia de Mariana pode acontecer em Parauapebas. Além de ser um ato contra a ação do capital e da Vale que comanda o estado do Pará.

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Durante o ato a polícia tentou intervir no meio da marcha e chegando na portaria da FLONACA o ato simbólico se transformou  em violência e abuso de poder por parte da polícia de Parauapebas, com o uso de bomba de efeito moral e balas de borracha para dispersar as mulheres que  cantavam e criavam palavras de ordem. Pelo ao menos seis pessoas foram detidas pela PM e 10 feridas durante o confronto. 

Para Ayala Ferreira, da direção do MST, A policia mais uma vez se mostra a serviços e mandos da Vale e sua atitude nos faz lembrar e saber que ela ainda sabe como massacrar e que não irá medir esforços a serviço do grande capital. “a intenção dos poderosos da região é implementar a política do medo como fez o major Curió na década de 80”. 

Após mais uma violência institucional materializada no papel da polícia do Estado do Pará, as trabalhadoras rurais afirmam que não se calarão diante dos órgãos repressores nas manifestações populares e que a falta de políticas públicas para áreas do campo como saúde, educação, lazer, produção agroecológica, cultura, proteção social e previdenciária, contribuem para a desigualdade social e reforçam a violência contra as mulheres. Todo ato de violência contra as mulheres é crime!

As camponesas reafirmam que em memória aos 20 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, continuarão na luta permanente.
 

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