Duas fazendas são ocupadas por Sem Terra no sul da Bahia

Barracos de lona preta começaram a ser montados nos latifúndios pelos trabalhadores, que não possuem previsão de saída. Enquanto isso, o Incra é cobrado a iniciar o processo de vistoria das áreas para realizar as desapropriações.

 

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Da Página do MST

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
 

Munidos de suas ferramentas de trabalho, cerca de 100 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocuparam, na madrugada deste último domingo (10), a fazenda Conjunto Presente, de 301 ha, em Una, e a fazenda Alto da Aliança, de 704 ha, em Arataca.
 

Localizadas no sul da Bahia, os trabalhadores afirmam que as áreas estão abandonadas e com poucos funcionários.
 

“Nossa região é grande produtora de cacau e de diversas culturas da Mata Atlântica. Porém, com a chegada de algumas pragas, como a vassoura de bruxa na produção cacaueira, muitos latifúndios faliram por conta do monocultivo”, explica Neide Assunção, do MST.
 

Ela conta ainda, que as famílias Sem Terra pretendem romper com o monocultivo nessas localidades e garantir a soberania alimentar e econômica da região.
 

Barracos de lona preta começaram a ser montados nos latifúndios pelos trabalhadores, que não possuem previsão de saída. Enquanto isso, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) é cobrado a iniciar o processo de vistoria das áreas para realizar as desapropriações.
 

De acordo com Maria Aparecida, acampada, a conquista da terra simboliza a realização de um sonho, o de produzir e, a partir disso, sustentar seus filhos e netos.
 

“Quando chegamos aqui na fazenda já começamos a produzir. Construímos uma horta coletiva e tiramos uma área para plantar feijão e milho”.
 

Até o momento, os proprietários das fazendas não se manifestaram em relação as ocupações.