Acampamento Padre Josimo é destruído pela polícia no Bico do Papagaio

No momento, 80 famílias encontram-se desalojadas, na beira do rio Tocantins.
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Da Página do MST 

O acampamento Padre Josimo está instalado há um ano no município de Carrasco Bonito, região do Bico do Papagaio, historicamente conhecida por frequentes conflitos agrários, envolvendo MST e outros movimento de luta por terra.

Na segunda-feira (9), um dia antes do cumprimento de da ordem de reintegração de posse, a polícia militar de Tocantins apareceu no local e, utilizando os tratores da própria fazenda, destruiu o acampamento e ateou fogo em todos os barracos.

A área na qual o acampamento estava instalado é considerada área pública do Incra, que o fazendeiro grilou. São mais de três mil hectares de terra.

Segundo Antônio, do MST Tocantins, “nós resolvemos ocupar essa área para forçar o Incra a criar um assentamento para as famílias, tendo em vista que a terra pertence ao instituto”.

A partir da ocupação, o proprietário, utilizando-se de “laranjas” que dizem ser donos da área, entraram com pedido de reintegração de posse.

Como o juiz é fazendeiro e pertence a família Caires, bastante conhecida no Bico do Papagaio, a liminar foi concedida sem problemas.

As 80 família de Sem Terra se retiraram do local pouco antes da ação da polícia, para evitar mais violência e prisão de militantes e trabalhadores.

No momento, elas se encontram desalojadas, na mata, na beira do rio Tocantins, sem ter lugar para se abrigar.

A defensoria pública e o Incra, por meio da Advocacia Geral da União,  recorreram para tentar derrubar a liminar de despejo e fazer com que o processo retorne para a justiça federal por se tratar de área da União.

Apesar dos esforços, ainda não houve nenhuma decisão, tanto do tribunal de justiça, quanto do próprio juiz local, que se negou a suspender a ordem de despejo.

Segundo Antônio, o clima na região é de tensão. Os Sem Terra estão pressionando a Superintendência e Incra para que eles se posicionem e resolvam a situação.

“Mais uma vez vemos o latifúndio aliado ao poder judiciário tramando contra o direito ao acesso a terra e com muita violência, mas nós resistiremos”.

 

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