Três mulheres negras e lutadoras contam suas histórias em documentário

No documentário, o cotidiano dessas mulheres e de suas comunidades foi abordado a partir do olhar e da vivência política e cultural.

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Por Lorena Carneiro e Wesley Lima
Da Página do MST

 

Na última segunda-feira (30), foi lançado em Feira de Santana a cartilha e o documentário do projeto “Cultura Afro-brasileira e Identidade Nacional – Formação de Agentes Socioculturais”, que contou com a contribuição de diversos movimentos e organizações populares.

O evento aconteceu no Teatro Margarida Ribeiro e foi marcado com o encerramento do projeto e a exibição de um documentário que conta a história de três mulheres negras, trabalhadoras e lutadoras.

Fátima Santos, militante do MST, Leia Odara, quilombola e membro do Levante Popular da Juventude e Lúcia Sampaio, coordenadora do Afoxé Filhos da Luz e da Consulta Popular, foram as personagens do vídeo.

No documentário, o cotidiano dessas mulheres e de suas comunidades foi abordado a partir do olhar e da vivência política e cultural.

Para Lorena Carneiro, organizadora do curso e que compôs a equipe de filmagem do documentário, a escolha de três mulheres não foi por acaso. “Elas representam a diversidade da turma que construiu o projeto e resgatam a essência da cultura afro-brasileira e do nosso povo”.

Agentes socioculturais

O projeto teve a duração de um ano e trabalhou na teoria e na prática a influência da cultura africana na identidade do povo brasileiro.

Apelidado de CAFIN (Contribuição Afro-brasileira na Formação da Identidade Nacional), o projeto teve o apoio e realização da Fundação Palmares, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), FAPEX e Ministério da Cultura.

As atividades aconteceram em Feira de Santana, reunindo cerca de 100 pessoas de 25 organizações de diversos municípios da Bahia, tendo por objetivo debater a cultura afro-brasileira e formar agentes socioculturais capazes de intervir, de forma qualificada, na transformação da sociedade.

No encerramento, cerca de 250 pessoas de 15 municípios compareceram ao evento, que foi aberto com as falas da professora Tatiana Velloso, coordenadora do projeto, de Eudes Queiroz, representando o mandato do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) e de Thays Carvalho, uma das organizadoras do curso.

De acordo com Thays, o projeto representou um grande avanço no debate da cultura afro-brasileira e na unidade de diversos educadores, organizações e movimentos que construíram o projeto.

“Sem dúvida, é uma experiência que precisa ser registrada e compartilhada em diversas outras regiões”, afirmou.

Dando continuidade

Com o objetivo de replicar a experiência do curso em outras localidades, foi produzida uma cartilha que, além de sintetizar os conteúdos discutidos no projeto, traz propostas de metodologia e roteiros de debate.

Advane Braga, da organização do curso, disse que a experiência foi muito profunda e intensa, por isso não deve se encerrar. “Através da cartilha, a sociedade poderá ter em mãos um guia metodológico para desenvolver o projeto na sua escola, bairro ou assentamento, por exemplo”.

 

 

*Editado por Rafael Soriano