MST realiza encontro de educadores da Reforma Agrária no Ceará

O evento reuniu educadores para conhecer e debater a experiência das escolas do campo no estado.

 

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Por Elitiel Guedes e Marcelo Matos 
Da Página do MST

Vindos de todas as regiões do Ceará mais de 400 pessoas participaram do VIII Encontro Estadual dos Educadores e Educadoras da Reforma Agrária do Ceará (EEERA), aconteceu entre os dias 12 a 15 de julho, na escola do campo João dos Santos de Oliveira (João Sem Terra) no assentamento 25 de maio, comunidade de Quieto, em Madalena, Ceará.

EEERA reuniu educadores e educadoras das áreas de Reforma Agrária organizadas pelo MST em torno do direito e da construção de um projeto de educação do campo da classe trabalhadora, além de educadoras e educadores vindos de outros estados da região nordeste para conhecer a experiência das escolas do campo no Ceará, também participaram do encontro professores das universidades federais e estaduais, amigos e amigas do MST. 

O encontro teve como objetivos aprofundar a compreensão teórica e prática de campo e escola, do projeto de reforma agrária popular; fortalecer a luta pelo direito a educação do campo nos assentamentos e acampamentos da reforma agrária e avançar na organização de base para construção do projeto de escola do campo.
Antes da realização do evento, ocorreram encontros locais nas brigadas para a realização de um balanço da realidade da educação do campo em cada assentamento e acampamento.

A programação reuniu momentos de mística, reflexão teórica e política, discussões em grupos, socialização e critica sobre as experiências, confraternização, elaboração de pautas de luta e compromissos pedagógicos para o próximo período, contribuindo para o avanço da luta por uma educação do campo.

Para a professora Clarice  da Universidade Federal do Ceará (UFC), a educação é um processo de revolução permanente e devemos pensar na função social que escola tem na vida e formação de seres humanos e na articulação social como classe, além do papel social das escolas nos marcos de interesse da classe trabalhadora.

“Sabemos que o conhecimento e o domínio teórico são importantes, mas a realidade prática é fundamental, e é esse processo que as escolas do campo estão construindo através de seu currículo e projeto político pedagógico”, disse. 

Paulo Roberto do setor de educação do MST trabalhou a composição curricular das escolas do campo para ele pensar o currículo das escolas do campo é pensar qual caminho a ser percorrido, “mas não basta seguir o caminho, precisamos saber antes de tudo onde este caminho vai dar, precisamos nos perguntar para onde vai nossas escolas? Que sujeitos estamos construindo? Paulo afirma que para além de nos perguntarmos para que serve este caminho precisamos nos perguntar para onde queremos ir? E que escola nós queremos construir? Paulo ainda afirma que “Não é possível avançar na luta pela terra sem avançar na garantia do direito a educação”.  

Já para Maria de Jesus da coordenação estadual do setor de educação do MST- CE, o fator principal é a construção da organicidade do setor de educação: “o encontro também cumpre a tarefa de fortalecer os coletivos de educação nas escolas das áreas de reforma agrária, nas brigadas e na luta pelo direito a educação. Queremos uma escola de qualidade social e popular com foco na formação humana e na transformação da sociedade”.

Jesus fala do momento delicado em que vive o país, para ela esse governo interino é ilegítimo e não tem apoio do povo brasileiro.

“Nós do MST afirmamos a luta contra o fechamento de escola e a privatização da educação brasileira diante de um governo ilegítimo e golpista”, afirmou.

O encontro estadual dos educadores e educadoras do MST Ceará é realizado em parceria com o Governo do Estado do Ceará através da Secretaria Estadual da Educação (SEDUC).