Em Alagoas, Juventude Sem Terra realiza mobilização em diversos municípios

De acordo com Nilmara Fernandes, do Coletivo Estadual de Juventude do MST, o processo de construção da Jornada despertou o potencial protagonismo dos jovens no processo de organização e de luta.

 

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

 

Com muita música, intervenções, agitação e ocupações, centenas de jovens dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária do estado de Alagoas mobilizam-se nos municípios de Piranhas, Delmiro Gouveia, Inhapi e Atalaia durante Jornada Nacional da Juventude Sem Terra.

As ações dos jovens denunciam o descaso dos poderes municipais com as demandas da juventude que vive no campo, além de denunciarem os ataques aos direitos dos trabalhadores, da denúncia do monopólio da mídia e da defesa da democracia.

No município do Inhapi, no Alto Sertão Alagoano, os jovens ocupam a Secretaria de Cultura da cidade, onde pautam demandas de esporte e lazer para a juventude camponesa, já apresentadas anteriormente à Secretaria, mas ainda não atendida.

Ainda no Sertão, os jovens das cidades de Piranhas e de Delmiro Gouveia ocupam as sedes das prefeituras dos municípios reivindicando infraestruturas sociais e produtivas para as áreas de assentamentos e acampamentos da região, além das demandas de educação para os jovens do campo, como a construção e reforma das escolas, onde também reivindicam imediatas melhorias do município em torno da estrutura e funcionamento das escolas que atentem os jovens dos assentamentos e acampamentos. Os jovens exigem também políticas públicas de cultura e lazer para o campo.

Na cidade de Atalaia, a agitação dos jovens vindos das áreas de Reforma Agrária do município denunciando o descaso do poder público somou-se a luta unitária dos trabalhadores do campo e da cidade que estiveram no dia de ontem (10), acampados na sede da prefeitura. Lá os jovens realizaram intervenções pela cidade, denunciando e defendendo os direitos do povo do campo e da cidade.

Levando o espírito e a identidade da juventude para as ruas, os jovens Sem Terra realizaram ao longo das mobilizações diversas intervenções de agitação em que, através da arte, levam as denúncias e dão o tom das lutas que compõem a 7ª Jornada Nacional da Juventude Sem Terra que, durante essa semana, realizam diversas ações de luta, formação e organização dos jovens que vivem nas áreas de Reforma Agrária em todo o país.

De acordo com Nilmara Fernandes, do Coletivo Estadual de Juventude do MST, o processo de construção da Jornada despertou o potencial protagonismo dos jovens no processo de organização e de luta.

“Nos acampamentos e assentamentos, a partir do debate e da organização dos nossos coletivos de juventude, nós temos conseguido construir um rico processo de mobilização da juventude Sem Terra que hoje ocupa as ruas da cidade em luta pelos seus direitos”, destacou Nilmara.

Isaias Torres, também do Coletivo de Juventude do MST em Alagoas, as lutas dos jovens reforçam o compromisso da juventude com a vida digna de quem vive no campo e na cidade, “os problemas dos jovens que vivem no campo também são comuns aos que vivem nas cidades, que tem seus direitos negados, nossa luta é pela garantia de vida digna para todos, com seus direitos garantidos de fato”.