Na Bahia, Eddie Conway visita ocupação do MST no Incra

O ativista do Movimento Panteras Negras foi conhecer de perto as iniciativas do Movimento
IMG_2861.jpg
O ativista Conway segundo a partir da esquerda 

 

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Os diversos massacres contra o povo negro são as bases de um longo processo de marginalização e exclusão racial no Brasil. Essas opressões se repetem em diversos países do mundo, principalmente naqueles que possuem a lógica capitalista como regente sistêmico de uma organização social.

Foi  com o objetivo de denunciar a opressão racial no mundo e conhecer de perto as iniciativas do MST entorno do atual cenário político, que Marshall “Eddie” Conway (69), ativista do Movimento Panteras Negras, em Baltimore, nos Estados Unidos da América (EUA), visitou na manhã desta sexta-feira (9) o acampamento do MST montado no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na Bahia.

“Conway foi mais uma vítima do racismo institucionalizado nos EUA, ficando preso de 1971 a 2014 em um julgamento com muitas irregularidades”, contou Elizabeth Rocha, da direção nacional do MST, durante ato simbólico de recepção ao ativista.

As bandeiras vermelhas, os gritos de ordem, as músicas de resistência e ferramentas de trabalho foram alguns dos símbolos de luta pela terra no Brasil que estiveram presentes no ato, que foi seguido por um café da manhã com produtos da Reforma Agrária.

Para Rocha, o ato apontou de maneira clara a necessidade de maior unidade na luta contra o racismo e demais opressões.

“O MST, ao debater a Reforma Agrária Popular, visualiza isso em suas linhas políticas e coloca na prática ao denunciar o capital quanto um instrumento de dominação e exploração de todos os sujeitos que compõe a classe trabalhadora”.

Emocionado com a mística e as falas em sua homenagem, Conway disse que amava o MST e salientou: “Nossa classe é formada por homens, mulheres e crianças, negros e negras que possuem a tarefa de construir um novo amanhã. E vocês, são esses exemplos e possuem o respeito do mundo”.

 

_MG_2796.jpg
Mística que denunciou a apressão em todo mundo 

 

“Globalizemos a luta. Globalizemos a esperança”

O sentimento de unidade política entorno das lutas contra as opressões foi o que norteou a simbologia e a construção de uma identidade internacionalista.

Nesse sentido, Rocha explicou também, que “a nossa trajetória de luta é um processo construído de maneira mundial e em todos os espaços temos povos sendo oprimidos pelo sistema. Que a nossa luta não pare”.

 

*Editado por Maura Silva