FBP mobiliza cerca de 30 mil trabalhadores do campo e da cidade em RN

Foram realizados atos públicos na capital e interior; paralisação de setores do serviço público e privado; além de paralisações nas principais BR’s e rodovias estaduais

 

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Por Jailma Lopes
Da Página do MST

Na última sexta-feira (11), movimentos populares e centrais sindicais do campo e da cidade, organizadas na Frente Brasil Popular, mobilizaram cerca de 30 mil trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade em torno do Dia Nacional de Greve Geral, no Rio Grande do Norte.

Foram realizadas paralisações nas principais BR’s e rodovias estaduais; os estudantes fizeram atividades em ocupações de escolas, universidades e Secretaria Estadual de Educação e Cultura; atos públicos na capital e em vários municípios do estado; paralisação de setores do serviço público e privado; bem como ações de diálogo e trabalho de base com a sociedade.

Os movimentos se unificaram para denunciar o Estado de Exceção instaurado com o golpe parlamentar-jurídico-midiático-empresarial; os ataques aos direitos sociais com a paralisação de diversas políticas públicas, como a Reforma Agrária e a PEC 55, que ameaça à soberania nacional; além da criminalização dos movimentos populares pelo Poder Judiciário aos povos que resistem em luta.

A Frente Brasil Popular aponta que as ações demonstram o avanço da resistência, articulação e unidade da classe trabalhadora do campo e da cidade, pela restauração da democracia no país, e de construir um projeto político para o Brasil, ante um cenário de crise sistêmica do capitalismo – econômica, social, ambiental e, principalmente, política.

Para Aglailton Fernandes, da direção estadual do MST no estado, “a unidade das organizações populares é fundamental para respondermos aos desafios colocados para a classe trabalhadora, disputarmos e conquistarmos mentes, braços e corações, sobretudo, de setores não organizados que estão desacreditados no potencial organizativo e na própria política.”

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Criminalização dos Movimentos Populares

Durante as ocupações de BR’s e rodovias estaduais, foram realizadas ações de agitação e propaganda que denunciaram a política de repressão vigente, que tem ameaçado direitos e garantias fundamentais, como o direito à liberdade de expressão e organização do povo brasileiro – direitos consagrados como indiscutíveis pela Constituição Federal de 1988.

A denúncia dos movimentos populares foca no processo de criminalização das lutas e na repressão aos movimentos sociais pelo judiciário e a mídia.

De acordo com o Setor de Direitos Humanos do MST, no Rio Grande do Norte, essa ofensiva ocorre em dois sentidos: com uma série de reintegrações de posses autoritárias, sem nenhuma iniciativa de diálogo com os territórios; e com a criminalização trabalhadores e trabalhadoras que lutam por seus direitos.

Nesse sentido, as ocupações, também tentaram dialogar com a sociedade sobre a postura classista do Poder Judiciário, ao denunciar que lutar e ocupar não é crime, e sim um direito legítimo.

“Essa posição do poder judiciário, além de não garantir imparcialidade e isonomia de tratamento, fragiliza o Estado Democrático de Direito, escancarando o próprio Poder Judiciário, que deveria resguardar a nossa constituição, como em si, violador. A posição do MST é que essas ofensivas não nos pautarão, nem fará com que recuemos da nossa decisão de seguir lutando pela reforma agrária e pela transformação social”, destaca o Setor de Direitos Humanos.

Dia Nacional de Greve Geral

A Greve Geral é mais um dia de luta organizado nacionalmente pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, contra a quebra da institucionalidade democrática no país pelo golpe parlamentar-jurídico-midiático-empresarial, que inaugura um Estado de Exceção, para justificar a crise econômica.

De acordo Eliane Bandeira, da Central Única dos Trabalhadores e Trabalhadoras, a Greve Geral é a forma mais eficaz de a classe trabalhadora dizer que não pagará pela crise, que não vai tolerar a precarização do trabalho e a terceirização.  Além de defender os direitos sociais, conquistados as duras penas, e que o governo golpista tem devastado.

“Esse dia de Greve Geral demonstra a predisposição enérgica da classe trabalhadora em não aceitar as medidas autoritárias e arbitrárias dos golpistas, que alinhados aos interesses das burguesias querem que paguemos a conta da crise econômica, criada por eles mesmos. Não pagaremos, resistiremos e causaremos prejuízo”, afirma Eliane.

Cidades de pelo menos 18 estados da Federação amanheceram com protestos contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, agora 55, que estabelece limites para o investimento em serviços públicos para as próximas duas décadas.

*Editado por Iris Pacheco