Alinhar o movimento social para derrotar Temer e sua agenda de retrocessos

Esse foi uma dos temas debatidos durante a abertura da 1° Plenária Nacional da Frente Brasil Popular
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Crédito: Lidyane Ponciano 

Da Página do MST 

Começou nesta quarta-feira (7), a Plenária Nacional da Frente Brasil Popular (FBP), reunindo movimentos sociais e populares, do campo e da cidade de todo país em Belo Horizonte, Minas Gerais. Participantes da plenária que conta com mais de 350 lideranças nacionais decidiu homenagear o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, batizando- a com seu nome.

A 1º plenária da FBP tem como objetivo discutir o calendário de manifestações para 2017 e os rumos organizativos da FBP, a maior articulação de movimentos, sindicatos e organizações populares do país.

O evento contou com uma mística de abertura que acolheu e animou os presentes, seguindo com uma análise de conjuntura econômica e política nacional que contou com a contribuição do economista, Márcio Pochmann,, do presidente do Partido Comunista do Brasil em Minas Gerais, Wadson Ribeiro e do deputado federal, Patrus Ananias.

A unidade do movimento social na articulação de Frente já tem um pouco mais de um ano. Lançada em setembro de 2015, a Frente Brasil Popular é reflexo direto da luta em defesa da democracia e por outra política econômica.  

Diante da crise institucional, as entidades resolveram pautar-se em torno de bandeiras claras, que culminem em ações comuns e compartilhadas.

Se há alinhamento dos setores que são liderados pelo rentismo, há também coesão dos ativistas que acreditam que a saída da crise em todas as suas facetas – política, institucional e econômica – não deve ser com plano de austeridade, retirada de direitos sociais e trabalhistas.

De acordo com Marcio Pochmann, há a crise está longe de ser resolvida pelo governo do presidente ilegítimo Michel Temer. “A proposta de Temer é deslocar o gasto público dos benefícios sociais”, afirmou.

“O enfrentamento à recessão precisa voltar para a nossa pauta. Precisamos dizer não à recessão e defender o emprego para os brasileiros”, enfatizou o economista da Unicamp.

O deputado, Patrus Ananias, destacou a amplitude dessa crise, “podemos falar de uma ampla crise do poder legislativo, executivo, podemos falar de uma crise no poder judiciário prevalecendo sobre os demais espaços, podendo se transforma em uma ditadura do judiciário. Nesse contesto qual é papel que a mídia brasileira, em especial a Rede Globo, podemos ter uma travessia longa”. Chamando ainda a atenção para as relacionadas as questões éticas

Segundo Patrus, o Brasil sempre foi um país privatizado e segue fazendo seu relato desde a morte dos indígenas, negros e escravos até os trabalhadores do campo e da cidade hoje. Nós demos corta e enfrentar o Capital, em especial a por meio da Reforma Agrária, da Reforma Urbana e da Reforma Tributária.

Os presentes ainda listam os desafios de ampliar nossos interlocutores, recuperar nossa hegemonia na sociedade, buscar novas alianças na esquerda e “nós estamos aqui debatendo o melhor para o Brasil”, finalizou Ananias.

As promessas feitas pelo consórcio que promoveu o golpe de que o País só voltaria a ficar estável com a saída da presidenta Dilma Rousseff não avançou. O que se vê é o contrário, o aumento do desemprego, a indústria retrocedendo e os aliados de Temer, diante do possível cenário de derretimento do atual governo, querendo sair do barco. 

Esse consórcio formado por setores que já agiram em outros momentos de golpe na história do Brasil é formado por um sistema de forças conservadoras como o monopólio da mídia, setores do judiciário, capital financeiro e interesses internacionais.

“O Brasil foi historicamente privatizado, desde as capitanias hereditárias e houve uma subordinação do país aos interesses particulares, e isso passa pelos interesses internacionais”.

Segundo o deputado federal Wadson Ribeiro, “Michel Temer já está desgastado e o governo desmoralizado e os movimentos sociais precisam aproveitar essas contradições e apresentar uma pauta mais ampla para a sociedade”.

“O desafio é de, a partir da unidade da esquerda, ampliar a luta para outros setores que estão preocupados em destravar o desenvolvimento do Brasil. Não pode ser uma frente de um campo só, com um, dois partidos e só os movimentos que já participam”, defendeu Wadson.

As estratégias da Frente Brasil Popular foram debatidas em 10 grupos na parte da tarde, bem como as suas bandeiras e atualização de seu programa.

 

*Com informações de Adilvane Spezia – Comunicação MPA/FBP