Na Bahia, torneio de futebol homenageia Dorothy Stang

A atividade reuniu assentados, acampados, trabalhadores da cidade e região que lembraram a contribuição política que a missionária deu para classe trabalhadora

 

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

No dia 12/02, data que marca cinco anos do brutal assassinato de Dorothy Stang, um grande Torneio de Futebol de Campo, com a participação de 150 jovens, foi organizado em Eunápolis, Extremo Sul da Bahia, para homenageá-la.

A atividade reuniu assentados, acampados, trabalhadores da cidade e região que lembraram a contribuição política que a missionária norte-americana naturalizada brasileira, deu para classe trabalhadora.

Para Wilson Neves, coordenador do assentamento, o esporte – ao resgatar a história e o protagonismo dos lutadores populares no mundo -, está sendo usado como um instrumento de organização da Juventude Sem Terra e ferramenta de formação.

“O esporte está mudando vidas e dando condições de enxergar o mundo com outros olhos”, disse Neves.

Já Maria Senna, também do assentamento, afirmou que o torneio foi construído para ser um meio de socializar e inserir a juventude na história de todos os lutadores e lutadoras, “com a ajuda do esporte, inevitavelmente, a todo momento todos aqui estão dando visibilidade e protagonizando nossas lutas em diversos espaços”.

Um legado de luta contra o capital

Entre uma partida e outra, a contribuição na luta política de irmã Dorothy era lembrada. Para direção do Movimento na região, Stang foi uma mulher de fibra, capaz de mobilizar-se e lutar em defesa dos menos favorecidos, os explorados pelo capital.

 

História 

Irmã Dorothy esteve presente na Amazônia desde a década de 70, junto aos trabalhadores rurais da Região do Xingu.

Sua atividade pastoral e missionária buscava a geração de emprego e renda, com projetos de reflorestamento em áreas degradadas.

Antes de sua morte, irmã Dorothy recebeu muitas ameaças, mas não  deixou-se intimidar. “Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar”, declarou.

Hoje, a Juventude Sem Terra ao resgatar a história dessa luta consegue desenvolver um amplo processo de formação e construção de uma identidade em torno da luta de classe. A ideia inicial é que os torneios de futebol possam ser mais frequentes e assim, ajudar na condução política e organização da Juventude nos assentamentos e acampamentos.