Na Bahia, trabalhadoras Sem Terra marcham pelo CAB e ocupam secretarias de Governo

Com gritos de ordem, rebeldia e músicas que denunciam a paralisação da Reforma Agrária, a ocupação foi marcada pelo repúdio ao agronegócio e as estruturas de exploração e dominação do capital

 

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Cerca de 500 Mulheres Sem Terra saíram em marcha do acampamento montado no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) pelas ruas do Centro Administrativo da Bahia (CAB) e ocuparam, na tarde dessa quinta-feira (9), a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), onde existe uma pauta de reivindicação que há mais de três anos não é atendida.

O desenvolvimento dos assentamentos e investimentos em infraestrutura para produção são os principais pontos de pauta, compreendidos como essenciais para garantir melhorias nas áreas do estado.

Com gritos de ordem, rebeldia e músicas que denunciam a paralisação da Reforma Agrária, a ocupação foi marcada pelo repúdio ao agronegócio e as estruturas de exploração e dominação do capital.

De acordo com Domingas Farias, da direção estadual do MST, as demandas em torno da Reforma Agrária estão acumuladas e quase nada tem andado, “isso é um descaso”.

“Nossa tarefa é marchar, ocupar e reivindicar com rebeldia e força os nossos direitos. E nós [Mulheres Sem Terra], que estamos em Jornada de Lutas em todo Brasil, não podemos retroceder”, afirmou Farias.

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Formação e luta 

Enquanto a pauta estava sendo negociada com uma comissão representativa das Mulheres Sem Terra, as demais seguiam mobilizadas nos órgãos participando de duas oficinas de formação. Uma sobre a “Saúde da Mulher” e outra sobre os “Impactos da Reforma da Previdência na vida das Trabalhadoras do Campo e da Cidade”.

Com a contribuição do Grupo de Pesquisa GeografAR, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), as oficinas cumpriram o papel de intensificar os debates e fortalecer a luta das mulheres contra os retrocessos do Governo Temer.

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Desdobramento

Durante o processo de negociação, poucos pontos de pauta foram acordados e outras reuniões precisam ser realizadas para dar encaminhamento a alguns desdobramentos. Nesse sentido, a direção do MST disse que vai ser necessário continuar com as mobilizações e lutas no estado.