Cultura e diversão tomam conta do Parque da Água Branca, em São Paulo
Por Reynaldo Costa
Da Página do MST
A Feira Nacional da Reforma Agrária também é cultura. Grandes artistas, amigos do MST, e militantes do próprio movimento se revezam durante todo o dia no Parque Água da Branca nos dois palcos dedicados às apresentações culturais.
Na sexta-feira (5), segundo dia do evento, seis artistas se apresentaram no palco “Culinária da Terra”. As atividades iniciaram com os repentista Vicente Reinaldo e José Milson. Logo em seguida se apresentou o Grupo Favorito da Catira, trazendo danças folclóricas do sul país.
No final da manhã, MauM – Movimento Autêntico de Música despertou curiosidade com um ritmo de MPB entrelaçados a diversos outros como o rock e a ritmos afros. A banda se apresenta como resistência e como alternativa para públicos urbanos e rurais.
O principal destaque da tarde foi o grupo de hip-hop Veneno H2, do Assentamento 17 de Abril, localizado no município paulista de Franca. O grupo, que já atua há 20 anos, avalia que o rap é uma ferramenta de contestação social, e com esta arte, busca dialogar com os jovens dos assentamentos e também da cidade.
Outra atração que chamou a atenção do público foram as apresentações teatrais. No palco Arena, a Brava Companhia de teatro apresentou o Show do Pimpão, um espetáculo que conta a história de três artistas em condições de vidas difíceis, que se juntam para tentar conseguir o alimento diário.
Já a Trupe Lona Preta apresentou o espetáculo “O Concerto da Lona Preta”, onde cinco palhaços tentam de forma divertida e atrapalhada realizar concerto musical. Foi uma linda apresentação, que animou todo o público.
O dia cultural foi bastante agitado também por conta das apresentações de artistas reconhecidos nacional e internacionalmente. Como a apresentação de Tico Santa Cruz, um dos fundadores da banda Detonautas, e que a vários anos vem construindo shows com expressões políticas. O cantor interpretou grandes nomes da música brasileira como Raul Seixas, Renato Russo e fez uma homenagem a Belchior, cantor e compositor que faleceu no último domingo (30).
Durante a apresentação, o artista não poupou palavras para agitar a luta contra a retirada de direitos no Brasil e declarar apoios ao MST e à luta pela Reforma Agrária. “No Brasil, há terra suficiente para todos, ela precisa ser dividida”, declarou.
Na última atividade cultural do dia, a apresentação do rapper Emicida, animou o público que lotou o palco Arena.
As atividades culturais que ocorrem durante a 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária, é um reflexo da diversidade do povo que constrói a luta pela terra e que produziu as mais de 250 toneladas de alimentos que são comercializadas nesse grande evento.
*Editado por Leonardo Fernandes
