Educandos ‘adotam’ canteiros de hortaliças no Rio Grande do Sul

Iniciativa tem o objetivo de mostrar às crianças a importância de produzir o próprio alimento.
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Divulgação Coptec

 

Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST

Em Bossoroca, na região das Missões do Rio Grande do Sul, os educandos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Paulo Freire aprendem desde cedo a importância de produzir o próprio alimento. Por meio de uma parceria com Cooperativa de Trabalho em Serviços Técnicos (Coptec), as crianças do 1º ao 5º ano são responsáveis pelo cultivo de uma horta orgânica na instituição de ensino, localizada no Assentamento Primavera, a 60 quilômetros da cidade, onde moram 79 famílias de camponeses assentados na Reforma Agrária.

 

Acompanhados do engenheiro agrônomo Tiago Piaia, que compõe a equipe técnica do núcleo operacional da Coptec em São Luiz Gonzaga, também nas Missões, os educandos cuidam da horta, de 150 metros quadrados, três dias por semana: nas segundas, quartas e sextas-feiras.

Seguindo um cronograma de atividades, que prevê desde o plantio, cuidados permanentes e colheita, eles passam em média 15 a 20 minutos da data programada trabalhando na horta. Conforme Piaia, que realiza trabalhos na área da produção de alimentos há 4 anos na escola, cada criança &”39;adotou&”39; um canteiro de hortaliças. “A iniciativa tem o apoio dos pais, que ajudam com o trabalho braçal e doam mudas e adubo de esterco animal curtido. Nós criamos um sistema de irrigação. Então os educandos irrigam, adubam e também tiram os matinhos”, acrescenta.

O intuito, segundo o engenheiro agrônomo, é que as crianças aprendam a cuidar da horta e produzir seus próprios alimentos, utilizando-se para isto de técnicas que auxiliam na nutrição das plantas. “Vamos realizar um intercolegial no final do ano, que vai reunir cerca de 40 crianças de várias escolas para brincadeiras, estudos e visitas à horta.

Para isto, os nossos educandos vão aprender a fazer contas para comercializar os alimentos que produzem, principalmente as alfaces, a fim de arrecadar recursos para organizar a atividade”, explica Piaia. Ele destaca que a iniciativa vai contar com o apoio de educadores da disciplina de matemática, inclusive com ações externas, para que as crianças aprendam a devolver troco corretamente.

Mas a produção de hortaliças também é destinada ao consumo dos próprios educandos. De acordo com Piaia, a merenda escolar torna-se mais nutritiva e diversificada, uma vez que é abastecida com alface, repolho, cenoura, brócolis, temperos verdes, entre outros alimentos. Além disto, as crianças têm em seus canteiros plantas medicinais, que são utilizadas para tratar problemas de saúde na escola através de chás.