“Em 1987 não tínhamos ideia no que a luta no 40 45 se tornaria”

O baiano Manoel Messias contribuiu na construção do MST na Bahia, ao ajudar no trabalho de base e organização das famílias Sem Terra.
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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Baiano, nascido em Teixeira de Freitas, Manoel Messi Dias do Vale (54), é pai de cinco filhos e contribuiu na construção do MST na Bahia, ao ajudar no trabalho de base e organização das famílias Sem Terra.

Com 22 anos de militância na Central Única dos Trabalhadores (CUT), Messias, em 1987, fez o primeiro contato com as igrejas, sindicatos e as Comunidades Eclesiais de Base (CEBES), presentes no Extremo Sul da Bahia, para se somarem ao processo de construção da luta pela terra.

Assim que o MST começou a se organizar, ele esteve inserido nas reuniões e deu o ponta pé inicial na consolidação da Frente de Massa na Bahia.

“Junto com os demais companheiros e companheiras, ajudei na construção da primeira ocupação realizada na fazenda 40 45”, explica Messias, que compôs uma das primeiras equipes de trabalho do Movimento no estado.

“Naquele período crescia de maneira avassaladora o plantio de Eucalipto na região a partir de algumas empresas, como a Flonibra [atual Aracruz Celulose]. Esse processo nos fez pensar na importância de fazer uma denúncia ao modelo de produção dessas empresas ocupando seu território. Foi aí que conhecemos a fazenda 40 45”.

A fazenda era de difícil acesso, mesmo assim, a ocupação aconteceu no dia 07 de setembro com 400 famílias organizadas.

“Após ocupação, no projeto 40 45 passamos uns maus bocados, porque não tínhamos o acúmulo que temos hoje para que se realizasse a ocupação, mas para suprir essa inexperiência tínhamos muita vontade de lutar e foi essa vontade que nos deu força para continuar resistindo”, explica Messias.

Ao olhar para os 30 anos de conquistas que o MST possuí na Bahia, ele diz que durante a ocupação ninguém fazia ideia da dimensão que aquela luta tomaria e destaca que as dificuldades sofridas debaixo da lona preta foram o ponta pé inicial para forjar assentamentos, escolas, postos de saúde, entre outras conquistas.

Hoje, o cutista é um parceiro ativo do MST e atuante nas lutas da esquerda em Teixeira de Freitas e toda região.

 

*Editado por Maura Silva