Lucinha: mulher guerreira e lutadora

Após ser dirigente nacional e ter o papel de contribuir na organização do MST, Lucinha se tornou a primeira Secretária de Políticas para Mulheres da Bahia.

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia*
Da Página do MST

 

Foi em Itamaraju, no sul da Bahia, que Vera Lúcia Barbosa conheceu o MST. Com apenas 15 anos, participou da segunda ocupação realizada na Bahia, que construiu o Assentamento Bela Vista. Lucinha, como ficou conhecida, se apaixonou pelo movimento e decidiu que iria dedicar sua vida à luta do campo.

Natural de Eunápolis, no Extremo Sul, Lucinha, 45 anos, é filha de um pai bastante rigoroso e de uma mãe dedicada e zelosa. Tem 12 irmãos, é casada e mãe de Vinicius e Marisa. Cursou até a 8ª série do Ensino Fundamental. Foi coordenadora-geral do Acampamento de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Bahia, participou da Via Campesina e da Coordenação Nacional dos Movimentos Sociais (CMS). Incansável defensora dos direitos das mulheres e de uma sociedade mais justa igualitária.

Após ser dirigente nacional e ter o papel de contribuir na organização do MST, Lucinha se tornou a primeira Secretária de Políticas para Mulheres da Bahia em 2011, sendo também a primeira Secretária de Estado militante Sem Terra.

Com o vigor de uma mulher lutadora e guerreira, que age com pulso forte e com doçura, Lucinha já ocupou diversos cargos de destaque durante seus 30 anos no MST. Para ela, uma das maiores marcas do movimento é tornar a luta pela terra uma realidade. “É importante o indivíduo pertencer a uma organização, perceber que tem direitos. Mas não é só aquela coisa de achar que tem direito, [no MST] você vê o resultado. Consegue terra, casa, sustentar uma família”, afirma.

“Muita gente nem imaginava que teria um pedaço de terra. Muitos morreram sem conseguir”, conclui.

Apesar de apontar a força do MST, Lucinha é exigente. Conseguir terra para o povo do campo é fundamental, mas não suficiente. “Precisamos melhorar ainda na nossa educação, formação e produção. Chegar no patamar de organização social mesmo, fazer com que o indivíduo que está no MST acompanhe todas essas frentes”, explica.

Lucinha lamenta ainda que o movimento não seja tão forte em alguns estados como é na Bahia. Sempre de olho no futuro, ela continua fazendo de tudo para que o MST seja cada vez mais forte, na Bahia e no Brasil.

 

*Com a contribuição de Thiago Freire

**Editado por Leonardo Fernandes