Circuito da Reforma Agrária acolhe a população mineira na Serraria Souza Pinto

Evento ocorre entre os dias 6 e 8 de outubro na capital mineira.

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Da Página do MST

 

Desde a última sexta-feira (6), a Serraria Souza Pinto tem recebido milhares de belo-horizontinos para o Circuito Mineiro de Arte e Cultura da Reforma Agrária – Etapa Belo Horizonte. O evento é aberto ao público e conta com uma vasta programação político-cultural, que vai além de shows. Traz também serviços gratuitos para quem vem conhecer uma amostra da cultura Sem Terra.

O Espaço de Cuidados Alecrim do Campo traz atendimentos gratuitos e uma acolhida especial pra quem chega à Serraria. O visitante pode receber uma massagem ou terapia com ventosas para dores nas costas, reflexologia e até Reiki. A depender da necessidade do indivíduo, a terapia pode ser feita com fitoterápicos produzidos pelos assentados da Reforma Agrária: pomadas, xaropes, chás, florais…
 

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Na feira, a produção dos acampamentos e assentamentos das diversas regiões mineiras e de alguns estados convidados enchem os olhos de quem passa. Produtos in natura vindos direto das roças, e aqueles agroindustrializados, com destaque para o café Guaí, mas também uma vasta produção de bolos, biscoitos, doces, sucos.

Pra quem não quer somente levar pra casa, tem como saborear ali mesmo as delícias colhidas com a luta pela terra. O espaço Culinária da Roça traz o leitão a pururuca, a mandioca com carne de sol, caruru, vatapá, tapiocas, galinhada com pequi, além de cervejas artesanais e cachaças produzidas pelas cooperativas de trabalhadores rurais pelo interior de Minas.

Distribuição de mudas

Elizabeth, militante do MST no Espírito Santo, trouxe pra BH as mudas que ela própria produz, no Assentamento Nova Conquista, município de Pinheiros. As mudas também são um atrativo do Circuito. Elas podem ser adquiridas a preços simbólicos ou mediante troca e algumas serão distribuídas gratuitamente.

 

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“Quando começamos, tínhamos duas ou três pessoas que nos acompanhavam; hoje, toda a comunidade nos acompanha na produção e distribuição de mudas”, diz a mulher, que também cita Paulo Freire para justificar o engajamento dos outros companheiros do assentamento: “Paulo Freire nos diz que a primeira instância do saber é o querer. Aos poucos o povo foi querendo e hoje o Espírito Santo carrega suas mudas para todos os lugares”.

“Tudo orgânico e nada de agrotóxico”, diz outra companheira, Sanuza, também responsável pelo espaço de agrofloresta do evento. Em meio às várias espécies de mentas, cidreira, saião – esse que cura tosse, Sanuza explica como o MST encara a produção de plantas. “Aqui, além de fazer mostra do produto, a gente faz saúde do corpo, da mente e da alma”, declara. O evento segue até o próximo domingo (8), durante todo o dia.