Na Bahia, estudantes do Pronera são aprovados na OAB

O índice de aprovação no Exame da OAB tem sido significativo, no comparativo inclusive às turmas regulares.
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Turma Eugênio Lyra.

 

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia*
Da Página do MST

 

No 24º Exame da Ordem dos Advogados, com resultado da 2ª fase divulgado na última segunda-feira (19),  foram aprovados 13 estudantes Sem Terra, dentre os quais cinco egressos da Turma Eugenio Lyra, da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), e nove estudantes que ainda se encontram no 9° período do curso de Direito, da Turma Elizabeth Teixeira, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). 

A aprovação dos estudantes no exame da ordem é de grande relevância para o projeto de formar camponeses e camponesas para atuar na defesa dos direitos dos povos do campo, das águas e das florestas.  O resultado confirma o potencial existente nesse projeto, que se realiza também pela dedicação de cada educando ao estudo e o comprometimento de seguir atuando na luta social.

Atualmente, encontram-se em execução 4 (quatro) Turmas do Curso de Direito com essa especificidade, realizadas através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), em parceria com diversas Universidades do Brasil, como a Universidade Federal de Goiás (UFG/Regional Goiás), a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs/Feira de Santana), a Universidade Federal do Paraná (UFPR/Curitiba) e a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa/Marabá).

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Turma Elizabeth Teixeira.

Dentre as diferentes conquistas destacadas na curta trajetória de existência dessas turmas de Direito, se destaca o bom rendimento na formação dos estudantes nos cursos, cujo índice de aprovação no Exame da OAB tem sido significativo, no comparativo inclusive às turmas regulares.

“A conquista em torno da criação das turmas do curso de Direito voltado para o público beneficiário da Reforma Agrária e agricultores familiares ligados à Via Campesina Brasil e ao Movimento Sindical é um fato histórico na luta pela emancipação das mulheres e dos homens do campo”, avalia Américo Bento, da turma Elizabeth Teixeira.

“Estudar e se formar em Direito, em uma universidade pública, participando de uma turma conquistada coletivamente pelos movimentos sociais é uma vitória nunca antes registrada na história dos camponeses e das camponesas”, se alegra o discente.

A pioneira experiência, iniciada em 2007 e intitulada Turma Evandro Lins e Silva, possibilitou uma outra perspectiva de educação e de atuação jurídica ao se pensar a formação e atuação no campo do direito.

Foi concretizada graças ao protagonismo dos movimentos sociais do campo, em parceria com o Pronera, o Ministério da Educação e com a Universidade Federal de Goiás.

 

 

*Com informações do Setor de Direitos Humanos do MST
**Editado por Rafael Soriano