Comer bem para caminhar ainda melhor

A cozinha da Marcha e organizada pelos Sem Terra de todo o Brasil.

 

Da Página do MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra segue firme rumo a Brasília com mais de 5 mil manifestantes. A Marcha Nacional Lula Livre cobra democracia e vai acompanhar o registro da candidatura de Lula à presidência da República e exigir a liberdade do ex-presidente.

Neste sábado, 11/08, a três colunas de marchantes fizeram os primeiros trechos de caminhada nesta. São em grande maioria, trabalhadores rurais, alguns deixaram seus trabalhos para prestar essa tarefa  patriórica à nação brasileira.  

Mas, para que este povo todo e outros que se somam, mesmo que por alguns momentos na caminhada, é necessária uma boa alimentação. E para isso, outros trabalhadores, que também deixaram muitos afazeres nas suas lavouras e demais forma de sobrevivência, dedicam muitos esforços e experiencia na produção da alimentação para os marchantes. 

Weliton Vinícios, é acampado no Pontal Sul em Petrolina (PE). Veios especificamente para a cozinha da marcha, essa já é a oitava vez que contribui com cozinha em atividades do MST e diz que onde for preciso ir para ajudar o Movimento ele irá. Vinícios demonstrou ainda que se sente muito contente com essa tarefa principalmente porque é pelo Lula. “Estou maravilhado em está aqui com meus irmãos Sem Terra principalmente por que é pelo Lula” 

Uma estrutura de 60 homens e mulheres vindo das três colunas de marchantes, eles se revesam dia e noite. “Não há um único momento que esta cozinha, feche, pare. Antes de terminar uma produção a outra refeição já está em bom andamento”. Explica cuidadosamente o Chocolate, militante do MST pelo Setor de Saúde, mas na Marcha tem a tarefa de coordenar a produção de comida. 

É trabalho que não para mesmo. Só para se ter uma ideia Chocolate informa que o café da manha começa a ser preparado por volta das 23:00 horas do dia anterior, a meta segundo ele, é que as 5:30 horas a refeição damanha já estejam nas colunas. 

O “cozinheiro” Vinicios se mantêm atento, reconhece que é muito trabalho, mas precisa ser feito. “A maior dificuldade é a carga horária, é muito puxado, tem que ser tudo no seu horário pois o povo está marchando, cansado e precisa se alimentar, se erramos no tempo aqui, pode atrasar tudo lá”.  

Para os coordenadores da cozinha  As principais dificuldades tem sido o deslocamento da comida devido o transito, é uma coisa que não depende de nós

A cozinha da Marcha Nacional Lula Livre, mostra a capacidade do MST de organização, de produção e de auto-sustentação dos Sem Terra. Além dos homens e mulheres no espaço a estrutura conta com com 22 fogões industriais para dar conta de cerca de 15 mil refeições por dia. 4 congeladores e um caminhão com câmera fria para manter a temperatura necesária para conservar os alimentos, além dos carros que deslocam a comida até onde os marchantes estão.

Soberania e auto-sustentação 

Em toda sua historia o Movimento Sem Terra sempre carregou a bandeira da soberania popular e a busca da auto-sustentação de sua própria luta. A Marcha Lula Livre traz mais um exemplo de que o MST constrói muito bem isso.

Segundo um dos coordenadores da cozinha, cerca de 80% da alimentação produzida para os manifestantes em marcha, vem de assentamentos e acampamentos do MST através das cooperativas e associações dos seus assentados. “Houve uma arrecadação de alimento de praticamente todos os tipos nas nossas comunidades, principalmente de arroz, feijão, abobora, macaxeira e frutas”. Explica Chocolate. Que acrescenta: “Até a carne temos bastante nas comunidades do Movimento mas tivemos muitos limites para trazer, devido as leis que regulamentam o transporte de alguns produtos no Brasil.”

Os alimentos de proteínas animais como a carne é comprada a partir de uma coleta financeira feitas pelas colunas antes mesmo de vir para a marcha. 

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Alimentos vindos de Assentamentos de Ribeirão Preto – SP

Alimentação saudável e cardápios diferenciado

Praticamente todos os alimentos que vieram dos assentamentos é de produção agroecológica, orgânica e sem veneno. “Nós queremos reforma agrária para isso, para comermos bem, sauável para conseguirmos marchar mais e mais diz”. Afirma Milton Fornaziere do Setor de Produção do Movimento e da coordenação da cozinha. 

Uma novidade, que diferencia este evento de outros de mesma proporção já realizados pelo MST é que a cozinha não é mais por região, onde o Sul teria sua própria cozinha, e o mesmo com as demais regiões. Segundo Chocolate o cardápio agora é único para todos os marchantes, O desafio nesta marcha foi produzir comidas com características de uma determinada região, mas que todos se alimentassem da mesma.  “Isso é importante para as pessoas conhecer melhor as diversidades da culinária dos povos brasileiros.

A Marcha Lula livre segue rumo a Brasília com previsão de chegada no próximo deia 15/08. 

*Editado por Reynaldo Costa