Roda de conversa pauta produção orgânica no RS e em SC

Evento debateu experiências que promovem a agroecologia nos estados

 

 

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Roda de conversa contou com convidado de SC, agrigcultor Antônio Santos. Foto: Maiara Rauber 

 

Por Maiara Rauber
Da Página do MST

 

Durante a Feira Ecológica do bairro Auxiliadora, que aconteceu nesta terça-feira (18) em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, aconteceu uma roda de conversa sobre a produção de alimentos orgânicos. O evento reuniu consumidores e agricultores, que relataram experiências agroecológicas no RS e  em Santa Catarina.

Na ocasião, Antônio Augusto Santos, membro da Rede Ecovida e representante do Movimento Slow Food Brasil, de SC, falou sobre o diferencial do cultivo ecológico no seu estado. De acordo com o agricultor, foi implementado o turismo nas propriedades rurais. “O visitante passa um final de semana ou uma semana a campo. Ele tem duas opções: auxiliar no trabalho agroecológico e ter estadia e alimentação de forma gratuita; ou pagar uma taxa para abater os gastos durante a experiência”, explicou.

 

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Roda de Conversa sobre produção Orgânica e feiras Foto: Maiara Rauber

Santos pontuou a diferença entre a produção orgânica e agroecológica. A primeira tem como foco a produção. A segunda olha para o todo. “É o que eu faço com a minha água, com o meu lixo, o que eu faço com o meu vizinho. Eu tenho que estar bem, mas você tem que estar bem junto comigo”, informa. Ele ainda afirma que “comer é um ato político e produzir de forma agroecológica também”.

Joice Saramento dos Santos, assentado em Nova Santa Rita, na região Metropolitana de Porto Alegre, e vice-presidente do Conselho de Feiras Ecológicas da capital, abordou a situação dos produtores rio-grandenses. Ele enfatizou que “as feiras tem que ser o painel da comercialização para o produtor” e que a troca de informação junto ao consumidor é uma forma de expandir para a população os benefícios dos produtos saudáveis.

O evento também contou com a participação de Juliano de Sá, assessor do deputado estadual Edegar Pretto (PT-RS) e militante da agroecologia. Ele destacou os Projetos de Lei (PL) de autoria do parlamentar que tramitam na Assembleia Legislativa. Todos visam à diminuição do uso e consumo de venenos no estado.

O PL 44/2015 obriga a rotulagem das embalagens de alimentos produzidos com o uso de agrotóxicos; o PL 262/2014 proíbe a fabricação, uso e comercialização do agrotóxico 2,4-D no estado; e o PL 263/2014 proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos em todo o território gaúcho. Segundo Sá, esse último se faz importante porque cerca de 70% do veneno aplicado por avião  nas lavouras não atinge o alvo e acaba envenenando terras de terceiros e plantações, além de contaminar casas, escolas, hospitais, reservas ecológicas e mananciais de águas que abastecem as cidades.