Ato em solidariedade ao MST é realizado na Câmara Municipal de São Paulo

A atividade, realizada pelo gabinete da vereadora, Juliana Cardoso (PT) aconteceu em resposta aos ataques sofridos pelo MST durante matéria veiculada pela Rede Record de Televisão

 

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Da Página do MST 

 

Representantes de movimentos populares, partidos políticos e da sociedade civil reuniram-se na noite dessa sexta-feira (23) no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo para participar de um ato em desagravo ao MST e em defesa da educação no campo.

A atividade, realizada pelo gabinete da vereadora, Juliana Cardoso (PT) aconteceu em resposta aos ataques sofridos pelo MST durante matéria veiculada pela Rede Record de Televisão.

“Devemos abrir essa casa em solidariedade ao MST e a educação popular. O MST que prega e luta por uma educação emancipadora, que faz com que as pessoas tenham consciência de sua própria realidade. Num contexto de graves ameaças à democracia no país, com uma ofensiva conservadora de grupos autoritários, nós temos que lutar contra opressão e zelar pelas lutas sociais dos trabalhadores do campo e da cidade”, afirmou a Cardoso.

Já Gilmar Mauro da coordenação nacional do MST, falou sobre a postura do povo Sem Terra frente às ameaças sofridas por parte do atual governo e da mídia.

“Não foi o MST que produziu o Sem Terra, foram as desigualdades do mundo que fizeram com que o MST nascesse. Se quiserem acabar com o Movimento não precisa ameaçar, basta fazer a Reforma Agrária Popular. A única coisa que temos de concreto para o campo, são algumas políticas públicas que foram conseguidas através de muita luta e de muito suor de camponeses e camponesas”.

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Na mesma linha, o promotor de Justiça da Infância e Juventude Eduardo Dias, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), atrelou o aumento da perseguição ao MST com a onda conservadora e com a intolerância que ganharam força com a eleição de Bolsonaro.

 “Nesse momento em que estamos, em que estão querendo ‘decapitar’ Paulo Freire como patrono da educação, uma educação popular, com base na pedagogia do oprimido deve incomodar muito”, reiterou.

Dias também reiterou que o MST deve pedir reparação pública à Rede Record pelas mentiras veiculadas acerca da reportagem que criminalizou o Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha.

“Acho importante que uma representação seja enviada à emissora pelos pais e organizadores do evento pedindo retratação imediata”, afirmou.

Marisa da Luz, do setor de educação do MST, falou sobre os princípios educacionais do Movimento e sobre a importância de lutas pela educação em um momento de intensa criminalização.

“É muito importante ressaltarmos aqui que a educação no MST é uma proposta política que vincula-se às lutas sociais. Essa proposta é pela emancipação e pela transformação de todas os nossos Sem Terrinha”, disse.

Ela afirmou ainda que: “a proposta pedagógica do MST, é focada na formação de valores e de identidade do povo Sem Terra”.

Moção de apoio

Durante o ato, uma moção de apoio como forma de reafirmar solidariedade aos Sem Terra e às crianças Sem Terrinha foi lida e apresentada. O documento, que contém trechos da nota oficial do MST em resposta à Rede Record, reafirma a disposição do Movimento em seguir a luta pela Reforma Agrária Popular e por uma educação do campo de qualidade para todas e todos.