Saiba a situação da área ocupada pelo MST em Taquari, no RS

Local do governo do Estado foi encontrado pelos trabalhadores em situação de abandono

 

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Foto: Roberto Gaiardo 

Da Página do MST 

Na madrugada de quinta-feira (17), cerca de 200 trabalhadores rurais Sem Terra ocuparam uma área abandonada que pertencia à Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) em Taquari, na região do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul. Eles chegaram ao local por volta das 5 horas, para reivindicar áreas inativas do governo do Estado à Reforma Agrária.

Os acampados alegam que a unidade está desativada, uma vez que a Fepagro foi extinta por lei pelo então governador José Ivo Sartori (MDB). Eles relatam que, ao chegarem no antigo Centro de Pesquisa Emílio Schenk, se depararam com uma situação de total abandono, com documentos e móveis cobertos de sujeira. “O governo alega à imprensa que aqui ainda são feitas pesquisas, mas tudo está abandonado. Ela poderia ser utilizada para produzir alimentos e cumprir sua função social”, argumenta o acampado Roberto Gaiardo.

 

Ele acrescenta que o MST não bloqueou o acesso, nem impede a entrada de veículos na área. Os trabalhadores estão abrigados em barracos de lona preta e não se utilizam de nenhuma estrutura do local, como água ou energia elétrica. Hoje pela manhã, a Rede Soberania esteve no local e conversou sobre a situação da unidade e da Reforma Agrária.

Os trabalhadores afirmam que apoiam as pesquisas que eram feitas pela Fepagro e que, se a área for destinada a assentamento, têm disponibilidade de fazer parcerias com o governo do Estado, principalmente no que se refere ao resgate de sementes crioulas.

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Divulgação MST 

 

Trabalhadores querem produzir alimentos

 

O MST luta por Reforma Agrária para que milhares de famílias que ainda vivem em barracos de lona preta, em acampamentos e beiras de rodovias, possam ter uma vida digna no campo. O objetivo, ao conquistar o assentamento, é se organizar em torno da produção e oferecer à sociedade uma alimentação mais saudável.

O MST já é referência nacional nesse sentido. Inclusive, trabalha com várias frentes de produção para abastecer escolas através do Programa Nacional da Alimentação Escolar (Pnae). Somente na região Metropolitana de Porto Alegre participa de mais de 40 feiras ecológicas.

Além disso, é pioneiro na produção de hortaliças agroecológicas e considerado o maior produtor de arroz orgânico da América Latina, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).