Brasília: em frente a embaixada dos EUA, movimentos denunciam o imperialismo

“O imperialismo mata os direitos, os povos e a natureza”
Movimentos realizam ação simbólica em frente a Embaixada dos Estados Unidos. Foto: Divulgação MST

Por Flávia Quirino
Da Página do MST

Há 53 anos, Ernesto Che Guevara era assassinado na Bolívia, sob as ordens dos Estados Unidos. O dia 9 de outubro se transformou então, em vários cantos do mundo, em uma data de luta internacionalista contra o imperialismo. Na mesma semana, entre os dias 5 e 10 de outubro, acontece a Jornada de Luta Anti-Imperialista, que realizou ações em diferentes cidades brasileiras.

Em Brasília, na manhã desta sexta-feira (9/10) a ação aconteceu em frente a Embaixada dos Estados Unidos e reuniu representantes de movimentos sociais e populares. A ação foi organizada pelas Frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo, pela ALBA Movimentos e Assembleia Internacional do Povos (AIP).

“Hoje a embaixada dos Estados Unidos pode significar para nós o terceiro andar do Palácio do Planalto, já que muitas decisões que devem ser soberanas do país são tomadas desde Washington”, aponta Ana Moraes, da coordenação nacional do MST, em referência à estrutura de dois andares do Palácio onde governa Jair Bolsonaro.

Ataques imperialistas

No passado e no presente são inúmeras as ações imperialistas dos Estados Unidos na América Latina que atentam contra a democracia e soberania dos povos. Entre estas destacam-se o envolvimento com os golpes militares na América Latina, a exemplo do Brasil (1964) e Chile (1973), que afetaram e dizimaram milhares de pessoas em todo o continente; os golpes parlamentares, jurídicos e midiáticos que aconteceram em países como Honduras (2009), Paraguai (2012) e Brasil (2016), que destituíram presidentes, legitimamente eleitos, em seus respectivos países.

A lista de ações e intervenções é imensa, como emblemáticos bloqueios econômicos contra Cuba e Venezuela. Todos esses golpes aconteceram e acontecem contra governos que se opunham ou mesmo ainda se opõe às ações imperialistas.

“Para nós é significativo vir até aqui dar um recado para dizer que nossos povos continuam altivos e continuam se mobilizando contra toda forma de opressão e de agressão do imperialismo. Trazemos o legado de Che para dizer que nós, povos do mundo, seguiremos unidos para construir uma Pátria Grande, sem imperialismo e por um mundo novo”, destaca Ana Moraes.

Durante o ato houve uma representação teatral do imperialismo na vida dos povos. Para Katty Hellen, da coordenação nacional do Levante Popular da Juventude, a embaixada dos EUA é o símbolo da representação do imperialismo no Brasil. “Um dos princípios do Levante é a luta internacionalista e é por isso que nos colocamos na luta anti-imperialista porque sabemos o quanto que o imperialismo ataca nossa soberania e interfere nas decisões de nossos países. Nos colocamos nessa luta porque acreditamos na libertação dos povos, para que a gente possa construir de fato nações soberanas e nações que estejam voltadas para a construção de um poder popular.”

*Editado por Wesley Lima