Jornada da Juventude

12ª Jornada Nacional da Juventude Sem Terra: entrevista com Jailma Lopes

Com o lema “A Juventude quer viver, derrubar o presidente e ver o povo no poder!”, Sem Terra traz ações em territórios de luta
12º Jornada Nacional da Juventude Sem Terra. Arte: MST

Por Morgana Souza, MST em RN
Da Página do MST

Seguindo em mais um período de enfrentamento à pandemia, é com muita resistência e na esperança por dias melhores que a Juventude Sem Terra tem se organizado e marcado mais um mês de agosto repleto de ações nos territórios de luta.

Do dia 11 a 14 deste mês, acontece a 12º Jornada Nacional da Juventude Sem Terra com o lema “A Juventude quer viver, derrubar o presidente e ver o povo no poder!”. Nos acampamentos, assentamentos, escolas, nas redes e em todos os territórios de resistência, a juventude estará organizada, denunciando os retrocessos do governo Bolsonaro, contra o aumento no preço dos alimentos e de todos os cortes que intensificam e precarizam mais ainda a vida do povo brasileiro.

Serão realizados mutirões de plantio de árvores, doações de sangue, de alimentos, agitação e propaganda nos territórios e nas redes, organização de bibliotecas populares e outras atividades que somam como ações simbólicas e de solidariedade, divulgando e propagando a reforma agrária popular para a sociedade e o conjunto da classe trabalhadora.

Confira abaixo a entrevista com Jailma Lopes, do Coletivo Nacional de Juventude do MST, sobre o papel da juventude e a 12º Jornada Nacional da Juventude Sem Terra.

Qual o papel da juventude diante da conjuntura que estamos enfrentando?

A crise estrutural do capitalismo e a escalada genocida do governo Bolsonaro coloca um cenário total de precarização da vida da classe trabalhadora. São mais de 560 mil mortes, somadas a inúmeros ataques à educação pública, ao desemprego, a fome, violência e à brutal ofensiva contra a terra e os bens da natureza.

Não há alternativa para juventude nesse presente que não seja a luta, organização e construção de alternativas concretas a esse cenário. Por isso, temos apontado que não podemos nos calar, e precisamos denunciar quem são os responsáveis pelas atrocidades que o povo está submetido. A centralidade do período é a luta ideológica, o trabalho de organização popular e a solidariedade, que experimente as diversas formas de fazer a luta, e recoloque ainda no presente a possibilidade de esperançar um mundo novo.

Jailma Lopes. Foto: Arquivo MST

Diante da atual conjuntura, quais os principais desafios para a organização da juventude da classe trabalhadora?

A classe trabalhadora e a Juventude se organizam a partir das suas necessidades, mas, sobretudo, pelo que dá sentido às suas vidas. Manter a juventude organizada, portanto, é fazer com que a organização e o sentido das suas vidas façam parte de uma mesma construção.

Para tanto, precisamos construir uma organização que dê sentido as suas necessidades, ao corpo, à alma e à mente. Por isso, temos nos organizado partir:
1) da organização do trabalho e da renda;
2) agroecologia;
3) a arte, cultura e a comunicação; e
4) a organização da educação.

Qual o caráter e o que propõe a Jornada da Juventude Sem Terra?

A nossa 12ª Jornada Nacional da Juventude Sem Terra tem o sentido de irradiar por nossos acampamentos, assentamentos, escolas e as cidades que temos construído processos de trabalho de base, do grito da Juventude Negra dos EUA sufocada, das insurgências da juventude latino americana, à juventude violentada pelo vírus e as balas no Brasil. Se soma às várias mobilizações da classe trabalhadora que querem romper com a escalada genocida de Bolsonaro, e a construção do poder popular a partir dos nossos territórios.

Por isso, é uma Jornada que tem o caráter de denúncia e organização, e tem como objetivo central ampliar a organização da Juventude Sem Terra e articulação e unidade com a Juventude da classe trabalhadora a um só grito: A Juventude quer viver, derrubar o presidente e ver o povo no poder!

*Editado por Fernanda Alcântara