Meio Ambiente

Primeiro curso de Questão Ambiental do MST marca retomada de aulas presenciais na ENFF

Organizado entre os dias 25 de abril a 3 de maio, o curso reúne cerca de 50 participantes de todos os estados
Foto: Bárbara Loureiro

Por Morgana Souza 
Da Página do MST

Nesta segunda (25), em meio à uma mística repleta de emoção e celebração dos reencontros, que a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) recebeu a primeira turma de Questão Ambiental, dando retorno às atividades presenciais no local. 

O curso de Questão Ambiental está organizado em uma etapa, no período de 25 de abril a 3 de maio, com uma turma estimada em 50 participantes de todos os estados, representando setores, coletivos nacionais do MST e priorizando a participação da Juventude Sem Terra. 

Ganhando cada vez mais centralidade dentro dos debates do conjunto da organização, foi vista a importância de formar uma nova cultura socioambiental a partir de estratégias das lutas populares para enfrentar os interesses e investidas do capital sobre a natureza. 

Fotos: Estevão Martins

Além dos momentos de formação em sala de aula e tempos educativos, durante o curso também haverá a socialização de livros relacionados à temática do curso e o lançamento do Dicionário de Agroecologia e Educação, elaborado em parceria da editora Expressão Popular e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 

“A construção do curso se deu de forma intersetorial, entre o Plano Nacional Plantar Árvores Produzir Alimentos Saudáveis, setor de juventude, formação e Escola Nacional Florestan Fernandes. Importante destacar que esse curso se insere no processo de atualização do nosso Programa Agrário da Reforma Agrária Popular e de um conjunto de debates que nos faz compreender e atuar enquanto força política”, destaca Bárbara Loureiro, coordenadora político pedagógica do curso de Questão Ambiental e do Planto Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis. 

Ter base e apropriação sobre a análise de conjuntura da crise ambiental, bem como da economia política e dos projetos em disputa, nas perspectivas do capital e do povo, fortalece a disputa ideológica e a elaboração de ações combativas, potencializando nosso trabalho de base, as ocupações de terra e ajudando na efetivação do plano de plantio. 

Do coletivo da Juventude Sem Terra do estado do Ceará, Francisco de Assis sintetiza a importância do curso de forma poética: 

“O curso trás uma perspectiva
Para fortalecimento
Da biodiversidade
com o reflorestamento
Transmitido a sociedade
Todo o conhecimento
E as práticas produtivas
De cada assentamento

Reafirma a cada dia
Os princípios fundamentais
Da nossa agroecologia
Firmando nossa luta
Que será nossa mania
Pela a mãe natureza
Que bem antes já trazia

Fortalecer cada viveiro
Que já foi iniciado
Construir farmácia viva
Diante do planejado
Fortalecer nossa cultura
Com tudo partilhado

Construir soberania
Partilhando experiência
De cada realidade
Cada forma de vivência
Partilhar conhecimento
Avançar na consciência
Formativa e política
Partindo de cada essência

Preservar a natureza
É preservar a nossa vida
Recriar um novo mundo
Com tarefa coletiva
E as relações sociais
Permanecer em nossa vida
Buscando seguir em frente
Com a resistência ativa

Homens, jovens e mulheres
Seguiram na construção
De relação humanitária
Através da produção
Pois ela se faz presente
Na real conservação
Deve ser permanente
Para construir revolução.”

*Editado por Fernanda Alcântara