Reconhecimento

Associação de Mulheres do MST no Paraná recebe menção honrosa em Prêmio da Embaixada da Espanha

As camponesas moram no assentamento Eli Vive, em Londrina e produzem alimentos agroecológicos
As mulheres vivem no assentamento Eli Vive, formado por mais de 500 famílias, no norte do Paraná. Foto: Juliana Barbosa/MST-PR

Por Setor de Comunicação e Cultura do MST-PR
Da Página do MST

A Associação das Mulheres Camponesas do Assentamento Eli Vive (AMCEV), localizada no município de Londrina, norte do Paraná, recebeu menção honrosa no Prêmio “Espanha Reconhece – Mulheres Rurais”, da Embaixada da Espanha. A premiação ocorreu na manhã desta quinta-feira (28), com três iniciativas vencedoras e sete com menção honrosa, entre elas a da Associação de Mulheres do Eli Vive. Ao todo, foram mais de 480 experiências inscritas.

O Prêmio tem como objetivo visibilizar as experiências coletivas mais relevantes apresentadas por mulheres rurais, entre pescadoras, agricultoras, quilombolas ou extrativistas. A iniciativa é desenvolvida pelo Escritório da Agricultura da Embaixada, em parceria com a ONU Mulheres e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). 

Camponesas organizando os alimentos produzidos no Assentamento Eli Vive. Foto: Ivanete G. Adams Santos

Sandra Ferrer é integrante da coordenação estadual do MST e também uma das fundadoras da Associação. Ela enfatiza a opção do coletivo pela produção agroecológica: 

Horta familiar Assentamento Eli Vive. Foto: Ivanete G. Adams Santos

“Trabalhar a agroecologia e levar um prêmio de menção honrosa é um orgulho muito grande para nós. A gente sabe que o tema da agroecologia é um tema muito difícil, é uma consciência não somente de não usar o veneno, é uma consciência de produção de vida mesmo, é produzir o nosso alimento, a nossa comida com qualidade, com sementes de primeira”, garantiu. 

Sacolas Camponesas 

A Associação de Mulheres do Eli Vive se formou a partir de um coletivo de mulheres camponesas que começou a discutir a relação com os consumidores, a qualidade da alimentação e a inclusão de produtos agroecológicos no mercado.

A iniciativa também buscou fomentar a renda familiar e a igualdade de papéis entre gêneros, voltadas para o sistema de economia solidária. 

Em 2017, o grupo formalizou a Associação das Mulheres Camponesas do Eli Vive com cerca de 20 integrantes, e criou o projeto “Sacolas Camponesas”, junto com a Universidade Estadual de Londrina (UEL). Por meio dessa parceria, o coletivo avançou na produção de alimentos agroecológicos, livres de agrotóxicos, e na construção de um mercado solidário, com geração de renda e promoção da qualidade e segurança alimentar e nutricional. 

O coletivo participou da partilha de alimentos durante a Jornada de Solidariedade: Rumo aos Comitês Populares, realizada no assentamento Eli Vive e que contou com a presença de Lula, em março deste ano. Fotos: Juliana Barbosa/MST-PR 

“São cinco anos que nós trabalhamos com isso. Quando a gente começou isso lá atrás, quando conseguimos montar os quintais produtivos para essas camponesas, a gente não sabia se iam conseguir, se iam ter força, sem usar veneno […]. Hoje é uma alegria muito grande poder mostrar para a sociedade e reforçar para nosso povo Sem Terra que a agroecologia é o caminho, é comida de verdade na mesa e que tem muita gente reconhecendo isso”, completa Sandra. 

As agricultoras também têm se mobilizado para mutirões em torno do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, especialmente em ações de recuperação de nascentes. Outra ação nacional da qual as camponesas fazem parte é a campanha de solidariedade do MST, com partilha de alimentos agroecológicos com famílias urbanas que enfrentam a fome. Milhares de famílias Sem Terra do estado á foram partilhadas mais de 960 toneladas de alimentos, desde o início da Pandemia.

As mulheres também têm se mobilizado para mutirões em torno do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”. Foto: Arquivo MST-PR

*Editado por Solange Engelmann