Alimentos Saudáveis

Feira Saberes e Sabores da Terra promove diálogo sobre Reforma Agrária e venda de alimentos e artesanatos

Também estão previstas apresentações culturais, dicas de saúde, rodas de conversas e atendimento da Defensoria Pública, entre os dias 12 e 13/5, na Praça Alencastro, centro de Cuiabá
Foto: Jura UFTM 2022

Por Comunicação MST/MT
Da Página do MST

Um encontro entre o campo e a cidade é a proposta da Jornada Universitária da Reforma Agrária (JURA) que realiza a Feira de Saberes e Sabores da Terra nos dias 12 e 13 de maio, no Centro de Cuiabá, localizado na Praça Alencastro, das 9h30 às 19h.  Estudantes universitários, professores, agricultores e camponeses convidam a sociedade mato-grossense para um diálogo sobre a produção de alimentos, segurança e soberania alimentar, e a luta das mulheres camponesas e urbanas.

“A JURA é um movimento das universidades de todo o país para pôr em discussão o projeto de Reforma Agrária Popular e os temas relativos a ela, assumindo-a como necessária e fundamental para a democratização da estrutura agrária, social, econômica, política, educacional e cultural. A Reforma Agrária é um direito previsto na Constituição e os governos, independentemente de seu posicionamento partidário ou vontade pessoal, têm obrigação de fazê-la”, afirma a professora do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Eva Emília Azevedo.

Feira de Saberes e Sabores da Terra será entre os dias 12 e 13 de maio, no Centro de Cuiabá. Foto: Jura UFTM 2022

A feira vai comercializar alimentos produzidos em assentamentos da Reforma Agrária, pela agricultura familiar camponesa e de iniciativas de economia solidária. Doces, melado, mel de abelha, bolachas, pães, castanhas, frutas, legumes, verduras, farinhas e massas, além de queijos, ovos e outros alimentos estarão à venda. A feira terá participação de comerciantes de cidades da Baixada Cuiabana e do interior de Mato Grosso, a exemplo de Cáceres, Campo Verde, Sapezal, Tangará da Serra, Nortelândia e Nova Olímpia. Também será possível conhecer e adquirir artesanatos dos povos indígenas Umutina e Chiquitano.

Para Antonio Carneiro, do MST, a Reforma Agrária Popular precisa ser debatida pela sociedade, considerando que 70% dos alimentos que chegam na mesa dos brasileiros e brasileiras vêm da agricultura familiar camponesa, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A produção de alimentos saudáveis, sem agrotóxicos, proposta da agroecologia é de interesse de todas as pessoas, especialmente da classe trabalhadora que sofre os impactos econômicos e sociais no dia a dia”, diz.

Programação diversificada

Além da comercialização de alimentos e artesanato, a feira terá um espaço da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso com serviço gratuito de orientação jurídica e emissão da declaração de hipossuficiência para isenção de taxas em documentos. Professores e estudantes dos cursos de Medicina, Enfermagem e Nutrição darão orientações de saúde e alimentação saudável para quem participar do evento.

Também estão previstas apresentações culturais, oficinas e rodas de conversas nos dois dias de feira. No primeiro dia, 12/5, às 9h30, haverá o debate sobre “O avanço do agronegócio sobre o Pantanal: desafios para uma Reforma Agrária Popular”, com o professor Reginaldo Araújo (UFMT) e Vanessa Ribeiro (MST). À tarde, às 14h, o Coletivo de Mulheres Camponesas e Urbanas de Mato Grosso vai dialogar sobre o machismo em Cuiabá, considerada a capital do agronegócio.

No segundo dia, 13/5, entre os destaques da programação estão as rodas de conversa  “Impactos do agronegócio na saúde em Mato Grosso e a emergência de uma Reforma Agrária Popular”, com Maelison Silva Neves, Marcia Montanari e Haya Del Bel professores e pesquisadores do NEAST/UFMT, às 14h; e na sequência, às 15h15, a conversa sobre “Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional e a Retomada do Desenvolvimento no Brasil”, com participação de Maria Emília Lisboa Pacheco (antropóloga, ex-presidenta do Consea Nacional e assessora da FASE); Fran Paula (FASE); Leonel Wohlfahrt (FASE) e mediação de Victória  Ramos (estudante de Nutrição da UFMT).

Sobre a JURA

A Jornada Universitária da Reforma Agrária (JURA) teve início no ano de 2014, com a participação de 40 universidades e hoje ocorre em 60 instituições de todo o país, promovendo o intercâmbio entre a academia e os camponeses para debater sobre a Reforma Agrária e a relação com a produção. Na UFMT, acontece desde 2018.

O evento debate educação, relações raciais, soberania popular, proteção ao ambiente, saúde, direitos dos povos indígenas e quilombolas, trabalho e agroecologia.

Esta edição é organizada pela UFMT e o MST, com apoio de movimentos populares, associações de trabalhadores, sindicatos, mandatos populares e da Prefeitura Municipal de Cuiabá.

Card: MST MT

Confira a programação completa:  https://juramatogrosso.wixsite.com/jura2022

Acompanhe a JURA no Instagram: @juraufmt e no Facebook: /juraufmt

*Editado por Solange Engelmann