Biodiversidade

Formação aborda experiências de produção em Sistemas Agroflorestais do MST, na região Sul

Plano Nacional do MST “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis" da região sul do país realiza formação on-line
Mutirão de manejo nas hortas do assentamento Contestado na Lapa-PR. Foto: Juliana Barbosa 

Por Juliana Barbosa/MST no PR
Da Página do MST

No último dia 13, cerca de 30 integrantes do MST da região sul do Brasil e da coordenação do Plano Nacional do MST “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, participaram de uma formação sobre Experiências de Produção em Sistemas Agroflorestais. A aula aconteceu de forma virtual, mediada pela Engenheira Florestal e assentada Priscila Facina Monnerat, da direção estadual do MST do Paraná. 

Entendendo o contexto da pandemia que dificulta os encontros presenciais e aproveitando as novas tecnologias, essa é a quinta aula on-line proporcionada pela coordenação do plano. As anteriores trabalharam temas como produção de leite em Sistema Silvipastoril (que conta com o sombreamento de pastagem para a produção de gado), estufa, sistemas agroflorestais e apicultura, enxertia e cultivo de Araucária e erva-mate sombreada.

Com o objetivo de proporcionar conhecimento e dividir experiências, cerca de 40 participantes de vários estados do Brasil, além de pessoas da Bolívia e da Zâmbia tiveram uma tarde toda de formação para entender e combater ao modelo convencional de monocultivo, que prejudica o solo fazendo com que chegue a um ponto em que fica completamente degradado e sem nutrientes para produzir e manter as reservas naturais. “Fazer agrofloresta é fazer uma boa agricultura, o modelo convencional de agricultura implantado hoje em dia caminha de forma contrária ao meio ambiente”, afirma a engenheira. 

João Flávio Borba, da direção estadual do Paraná, reforça ainda que “a organização produtiva dos territórios a partir de sistemas agroflorestais são o grande contraponto tecnológico à agressão ao planeta gerado pelo agronegócio. Essa formação e prática estarão cada vez mais presentes através do esforço das famílias camponesas, envolvidas com esse Plano de Plantio de Árvores e Produção de Alimentos Saudáveis”, concluiu.

Os camponeses e camponesas têm um papel fundamental nesta missão de ocupar a terra e de cuidá-la. Entendendo a importância do cuidado com a natureza, a oficina trouxe métodos e princípios de implantação de sistema agroflorestal visando produções de hortaliças, frutíferas e de madeira que se complementam consorciadas no mesmo sistema. 

No sistema agroflorestal, é necessário criar condições para que as plantas possam se desenvolver abrindo espaço para a entrada de sol, criando sucessões. “Temos que saber manejar, se você cortar o tronco e deixá-lo jogado ele vai apodrecer e não vai gerar a vida que queremos”, diz Priscila. 

Os espaços formativos organizados pelas ações do plano nacional, fortalecem o sentido entre as pessoas e os animais, “que já estão sendo praticados e a quem quer praticar, promovendo a troca de experiências, a partir de experimentações que já estão sendo realizadas nos diversos territórios”, conclui a assentada.

Além disso, estão em funcionamento a construção de novas aulas técnicas, visitas práticas e seminários, além de coleta de sementes e o plantio de árvores como prática das ações relacionadas ao plano nacional de Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis.

*Editado por Solange Engelmann