Agroecologia

Após dois anos, Feira da Reforma Agrária Cícero Guedes volta a ocupar centro do Rio

Nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, Largo da Carioca vai receber principal evento de comercialização de produtos do MST
A lei 5.999/2015 reconhece como de interesse cultural e social para o Rio de Janeiro a Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes. Foto: Pablo Vergara

Por Redação
Do Brasil de Fato/Rio de Janeiro (RJ)

A Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes chega a sua 14ª edição no Rio de Janeiro neste mês. Após dois anos em formato híbrido por conta da pandemia, o principal evento de comercialização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) volta a ocupar o Largo da Carioca, no centro do Rio, nos dias 5, 6 e 7 de dezembro.

Durante os três dias de Feira, a expectativa é que sejam comercializadas cerca de 150 toneladas de alimentos agroecológicos produzidos nos assentamentos e acampamentos em todo estado, além de Minas Gerais. Os alimentos in natura e produtos da agroindústria vem de cooperativas, associações e grupos coletivos de trabalho de diferentes regiões organizados pelo MST.

A abertura da Feira, na próxima segunda-feira (5), será marcada por um ato político com o lema deste ano: “semeando um novo Brasil por justiça social e soberania alimentar”. A programação também inclui espaços de formação, rodas de conversa, aulas públicas e atividades culturais.

O retorno presencial do evento é um marco para a Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes, que é reconhecida como patrimônio sócio-cultural e imaterial do Rio de Janeiro pela Lei 5.999/2016. O evento também faz parte do calendário oficial da cidade.

No Rio, a Feira Estadual da Reforma Agrária carrega o nome e o legado do militante do MST Cícero Guedes, tombado na luta pela terra em 2013. O lutador popular foi assassinado por pistoleiros nos arredores da Usina Cambahyba, onde coordenava o Acampamento Luiz Maranhão em Campos dos Goytacazes, região do norte fluminense. 

De acordo com as investigações, Cícero foi vítima de uma emboscada. O julgamento do caso foi marcado pela impunidade que perpetua a violência no campo. Isso porque o principal suspeito de ser o mandante do crime foi inocentado. 

Além de uma grande liderança na luta pela reforma agrária, Cícero Guedes era considerado uma referência em conhecimento agroecológico, por conta das técnicas agrícolas sustentáveis que utilizava em seu lote no Assentamento Zumbi dos Palmares.