Jornada de Lutas

No Ceará, mulheres Sem Terra realizam acampamento pedagógico

Cerca de 300 mulheres Sem Terra participam da ação que acontece em Fortaleza até a próxima quarta-feira (08)
Acampamento acontece no Centro de Formação Frei Humberto em Fortaleza. Foto: Aline Oliveira

Por Aline Oliveira
Da Página do MST

Com o lema “O agronegócio lucra com a fome e a violência. Por Terra e democracia, mulheres em resistência!” cerca de 300 mulheres Sem Terra oriundas dos assentamentos e acampamentos de Reforma Agrária do MST Ceará realizam acampamento pedagógico no Centro de Formação Frei Humberto em Fortaleza, desde a tarde desta segunda-feira (06), a atividade faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra que acontece em todo país de 06 a 08 de março.

“Após quase três anos sem nos encontrarmos presencialmente é muito bom ver a mulherada junta, com disposição. O nosso acampamento tem como objetivo ser um espaço formativo, de confraternização, celebrativo e de luta, será também espaço de construção da pautas econômicas e políticas das mulheres Sem Terra com a perspectiva de enfrentamento e denúncia contra a fome e a destruição da natureza. Por isso seguiremos em luta e resistência por terra, produção de alimentos saudáveis e em defesa da democracia, pois acreditamos que apesar de uma conjuntura favorável para classe trabalhadora após derrotarmos um governo fascista e elegermos Lula, agora precisamos nos manter despertas para as lutas que virão, há muito a ser conquistado” afirma Naira Silva, da direção estadual do setor de gênero do MST.

Foto: Aline Oliveira

Célia de Castro, assentada da Reforma Agrária no assentamento Bernardo Marin II, em Russas destaca a importância de retomar os encontros presenciais e as pautas de lutas das mulheres Sem Terra. “Eu espero que a gente consiga pautar melhorias para as nossas comunidades, na área da saúde, produção de alimentos, trabalho e renda e que seja um momento de formação para que possamos fortalecer nossos coletivos e garantir conquistas para as áreas de reforma agrária”.

Durante os três dias de programação está previsto debate sobre conjuntura política, o estudo sobre o programa agrário, debate sobre relação capital violências e emancipação, roda de conversa sobre pobreza menstrual, amostra de produtos da Reforma Agrária, lançamento do documentário “MST no Feminino”, oficinas formativas em agroecologia, agitação e propaganda, comunicação popular, autocuidado, autodefesa e bordado.

Fotos: Aline Oliveira

Na quarta-feira, dia 08, o acampamento pedagógico também se soma no Ato Unificado das mulheres em Fortaleza que esse ano tem como lema “Pela vida das mulheres! Democracia, territórios e direitos: contra a fome, a violência, o racismo e sem anistia para golpistas!”, a caminhada acontece no centro de Fortaleza, com concentração na praça do Ferreira, a partir das 14 horas.

*Editado por Solange Engelmann