Formação

Curso Técnico em Cooperativismo formou 26 educandos no último sábado (1º)

Formatura comemorou os 30 anos do curso Técnico em Cooperativismo, reunindo os jovens formandos, cooperativas e o setor de produção do movimento
Foto: Lara Rodrigues

Da Página do MST

Em uma emocionante cerimônia, a 17ª turma do curso Técnico em Cooperativismo formou 26 educandos, no sábado, dia 1º de julho, no Instituto de Educação Josué de Castro, no assentamento Filhos de Sepé, no município de Viamão (RS). A turma se chama Lindolfo Kosmaski, em homenagem ao jovem militante assassinado há dois anos por um crime de LGBTfobia.

Essa formatura comemorou os 30 anos do curso Técnico em Cooperativismo, reunindo os jovens formandos, mas também as cooperativas e o setor de produção do movimento para avaliar o curso e projetar para o futuro.

Os recém-formados têm entre 17 e 18 anos e são oriundos de áreas de reforma agrária gaúchas e dos estados de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Pará. Além do conteúdo dos componentes curriculares básicos, eles também receberam formação técnica para administração e gestão de cooperativas.

Segundo o diretor do Instituto, Miguel Stédile, os jovens atuam nas cooperativas e associações do movimento. “Eles fizeram seus estágios nesses espaços e nos Armazéns do Campo, e agora vão atuar como organizadores dos assentamentos e dos empreendimentos sociais da Reforma Agrária Popular.”

“Nós estamos muito orgulhosos de formar mais uma geração de jovens dispostos a viver e trabalhar no campo, qualificados profissionalmente para atuarem, para desenvolverem os assentamentos de Reforma Agrária e os empreendimentos sociais”, destaca.

As aulas iniciaram em 2019, ainda em Veranópolis, e após a pandemia, em 2022, foram retomadas já nas novas dependências da escola no assentamento situado na Região Metropolitana de Porto Alegre. O Instituto de Educação Josué de Castro é uma escola do campo que atende aos trabalhadores e trabalhadoras do campo, vinculados aos movimentos populares do campo, mas aberta também para os movimentos urbanos.

Escola busca contribuir para um projeto de humanização

Foto: Lara Rodrigues

Criada em 1995, é uma escola de Ensino Médio e Educação Profissional. Desenvolve cursos de qualificação profissional, oficinas e cursos livres, e coordena cursos superiores em parceria com outras instituições.

Segundo a direção, a finalidade da escola é contribuir para um projeto de humanização e que ajude também a formar os sujeitos sociais da construção de um projeto de desenvolvimento para o campo e para o país. “Nosso projeto é comprometido com a Soberania Nacional, com a Reforma Agrária, com a solidariedade, com a democracia popular e com o respeito ao meio ambiente.”

Desde 2020, o Instituto desenvolve suas atividades no assentamento Filhos de Sepé, em Viamão (RS). Sua atuação e existência são resultado das experiências anteriores que os camponeses desenvolveram na educação. A própria experiência do IEJC começou em Veranópolis (RS) antes da transferência para a nova sede.

O nome da escola é uma homenagem a Josué de Castro, médico e geógrafo pernambucano que dedicou sua vida a estudar e combater a fome. Autor de diversos livros, destacam-se Geografia da Fome, Geopolítica da Fome, Homens e Caranguejos, entre muitos outros. Reconhecido internacionalmente, foi o fundador e primeiro presidente do Órgão das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Por combater a fome e defender a reforma agrária, foi exilado do país pelo golpe militar de 1964, morreu no exílio na França em 1973.

*Editado por Fernanda Alcântara