Bienal de Artes

MST é convidado da Cozinha da Ocupação 9 de Julho na Bienal de Arte de São Paulo neste final de semana

João Pedro Stedile e Ademar Ludwing, do MST, farão um saboroso arroz carreteiro neste próximo sábado e domingo (28 e 29)
Stedile preparando a receita do arroz carreteiro tradicional de sua família. Foto: Acervo MST

Por Lays Furtado
Da Página do MST

Pela primeira vez, durante a 35ª edição da Bienal de Artes de São Paulo, a presença de movimentos populares na maior mostra de arte contemporânea da América Latina está diretamente relacionada à curadoria do evento.

A partir das instalações da comedoria da Cozinha 9 de Julho, localizada no mezanino verde da Bienal, será possível desfrutar, neste final de semana, do tradicional arroz carreteiro agroecológico Terra Livre do MST, feito no sábado pelas mãos de João Pedro Stedile, e no domingo por Ademar Ludwing, membros do Movimento Sem Terra.

Com cardápio rotativo, cada final de semana são convidados/as cozinheiros/as e chefes distintos para compor os pratos oferecidos na comedoria. Compartilhando sabores e saberes da culinária popular em meio a mais de mil obras de arte expostas; que estão disponíveis para visitação de terça-feira a domingo, das 10h às 19h, com horário estendido às quintas-feiras e aos sábado, com entrada gratuita.

A Bienal, intitulada Coreografias do Impossível, se estende até 10 de dezembro no parque Ibirapuera, na Zona Sul da capital paulista, com curadoria de um coletivo formado por Grada Kilomba, Hélio Menezes, Diana Lima e Manuel Borja-Villel – trazendo uma perspectiva anticolonialista deste importante espaço das artes.

Debate sobre soberania alimentar no espaço da Cozinha 9 de Julho na Bienal. Foto: @edouardfraipont

Com isso, ganharam espaços no pavilhão de exposições, tanto a Cozinha da Ocupação 9 de julho, do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), quanto o Armazém do Campo do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), além de outras entidades que lidam com a culinária popular e comida de verdade.

O espaço da comedoria também tem sediado diálogos sobre a soberania alimentar, como ocorreu no último sábado, 21 de outubro, como parte da programação da 35ª Bienal de São Paulo. A ideia é que este espaço para além de ofertar alimentação, fomente também debates sobre os desafios das cozinhas solidárias e comunitárias engajadas por movimentos sociais, na busca da organização popular e estruturação de políticas públicas no combate à fome no país.

*Editado por Fernanda Alcântara