Educação do Campo

Conferências debatem 25 anos do Pronera e desafios da tecnologia na educação, no PR 

As conferências aconteceram durante o 8º Encontro Estadual das Educadores e Educadores da Reforma Agrária do Paraná
Mesa de debate sobre os 25 anos do Pronera e da Educação do Campo. Foto: Juliana Barbosa MST-PR

Por Jefferson Lopes
Do Setor de Comunicação e Cultura do MST-PR

A Universidade Estadual do Oeste do Paraná recebeu o VIII Encontro Estadual das Educadoras e Educadores da Reforma Agrária do Paraná, entre os dias 15 e 18 de novembro. O debate se concentrou nos 25 anos do Programa Nacional de Educação para a Reforma Agrária (PRONERA), com foco especial nas contribuições na formação humana dos territórios de Reforma Agrária do estado. 

Há 25 anos, o Brasil testemunhou o nascimento do PRONERA, um marco significativo na história da educação do campo. Desde então, este programa tem desempenhado um papel crucial na transformação das realidades das comunidades rurais, promovendo não apenas o acesso à educação, mas também práticas educativas inovadoras.

Ao longo de duas décadas e meia, o PRONERA não apenas quebrou barreiras educacionais, mas também construiu pontes para o desenvolvimento sustentável. Suas iniciativas abraçaram a diversidade das realidades agrárias, adaptando-se às necessidades específicas das comunidades.

As práticas educativas implementadas pelo PRONERA transcenderam as salas de aula tradicionais, incorporando métodos participativos e contextualizados. Oficinas práticas, intercâmbios culturais e projetos comunitários não apenas transmitiram conhecimento, mas também fortaleceram os laços sociais e a identidade das pessoas do campo, “Se quisermos ser um educador ou educadora, temos que entender o que estamos vivendo, caso contrário seremos só mais um professor(a)”, enfatiza a professora Clarice Aparecida dos Santos, Gestora do PRONERA.

Clarice Aparecida dos Santos, Gestora do PRONERA. Foto: Juliana Barbosa MST-PR

Esses 25 anos não apenas celebram uma trajetória de conquistas educacionais, mas também destacam a resiliência e a determinação das comunidades rurais em busca de conhecimento e progresso. Que os próximos anos sigam marcados por inovação, inclusão e empoderamento, consolidando o compromisso com a educação do campo no Brasil. 

Melhoria da infraestrutura escolar e inclusão

A segunda conferência do evento abordou o tema “Política Educacional no Paraná e no Brasil: possibilidades e desafios educativos”, com a participação do professor Luiz Carlos de Freitas, da Unicamp, do professor Rodne de Lima, vice-reitor da Unila, e do professor Cleiton Denez, da direção da APP Sindicato.  

As palestras trouxeram reflexões e aprendizados sobre como o capitalismo tem sua influência na tecnologia. “Temos que pensar em nossa situação atual em relação ao capitalismo com a tecnologia, não com a tecnologia sendo um mau elemento, mas sim quem a utiliza”, disse o professor Cleiton Denez. 

Professor Cleiton Denez. Foto: Juliana Barbosa MST-PR

Empresas tecnológicas, impulsionadas pelo lucro, muitas vezes buscam expandir seu alcance, coletando dados massivos e moldando comportamentos, conforme enfatiza Luiz Carlos de Freitas: “Nós não somos inimigos da tecnologia, somos inimigos de quem utiliza a tecnologia para fazer parte de um projeto de colonização”. 

Professor Luiz Carlos de Freitas durante sua exposição participou virtualmente. Foto: Juliana Barbosa MST-PR

Entre as preocupações apresentadas durante a conferência estão o fato de que a corrida pela inovação pode marginalizar considerações éticas, resultando em questões como a invasão da privacidade e o aumento das desigualdades. A automação, embora promissora em eficiência, também pode agravar o desemprego, concentrando o controle nas mãos de poucos.

No cenário nacional atual, desafios estruturais persistem, incluindo a desigualdade de acesso à educação e a necessidade de investimentos contínuos. É crucial enfrentar desafios, buscando uma valorização e melhoria da infraestrutura escolar e a promoção da inclusão. A participação ativa da sociedade civil e a construção de políticas mais inclusivas são fundamentais para impulsionar efetivas mudanças positivas.

Fotos: Juliana Barbosa MST-PR

No cenário nacional atual, desafios estruturais persistem, incluindo a desigualdade de acesso à educação e a necessidade de investimentos contínuos. É crucial enfrentar desafios, buscando uma valorização e melhoria da infraestrutura escolar e a promoção da inclusão. A participação ativa da sociedade civil e a construção de políticas mais inclusivas são fundamentais para impulsionar efetivas mudanças positivas.

*Editado por Solange Engelmann