ENFF

Amigos(as) da ENFF 2023: celebrando a educação popular, esperança e a construção coletiva

Com cerca de 200 convidados, Encontro anual de Amigos e Amigas da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) celebra quase 20 anos de existência
Foto: Sara Sulamina

Da Página do MST

No último sábado, dia 09/12, a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) foi palco, mais uma vez de um evento anual repleto de celebração e afetos: o “Encontro de Amigos e Amigas da ENFF”. Em uma atmosfera carregada de esperança, o evento teve início com uma mística inspiradora sobre a paciência e a necessidade de esperançar, como pregava o educador Paulo Freire.

A mística de abertura contou com a distribuição de 100 mudas de cerejeiras. Cada participante teve a oportunidade de plantar sua muda, contribuindo para a formação de um bosque das cerejeiras na escola. No Japão, a árvore é símbolo de efemeridade, renovação e esperança, elementos que ecoam na proposta do MST e da ENFF.

A mística também ressaltou que, em quase duas décadas, a ENFF permanece como uma escola em constante construção. Esse conceito foi reforçado durante a Plenária Rosa Luxemburgo, coordenada por Ana Chã, do setor de Cultura do MST, e Carlos Duarte, secretário da Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes (AAENFF).

A advogada Alice Yamaguchi, do grupo Prerrogativas, trouxe reflexões sobre a simbologia do ato de plantar cerejeiras. Como descendente de japoneses, ela destacou o gesto como um convite à compreensão mútua e à esperança.

Carlos Duarte enfatizou a importância da organização dos Amigos/as do MST, presente em 116 cidades de 20 estados, além de contar com apoiadores no Canadá e Inglaterra. A Associação promove debates, mutirões voluntários e arrecadação de recursos, garantindo a autonomia do projeto pedagógico da ENFF. Para saber mais sobre a associação e como se associar, acesse o site da AAENF.

O momento mais aguardado do evento foi a conferência com o professor Dermerval Saviani, que abordou o papel da educação emancipatória na transformação social. Saviani dividiu o momento entre educação crítica e política, alertando para as ameaças do avanço do capital na educação, cujo único objetivo é o lucro, não o desenvolvimento humano.

A arquiteta Lilian Lubochinski, uma das responsáveis pelo projeto arquitetônico da ENFF, ressaltou o quão simbólico e significativo é ter a ENFF construída com terra. “É um projeto inteiro que não fala sobre a industrialização e o capitalismo, mas sim como resistência popular. Por isso, ela é construída com terra”, afirmou. Depois de contar algumas das histórias sobre as obras para erguer a escola, concluiu que todo o processo tinha como centro “a concepção de que a escola pude ser uma escola de construção”.

Rosana Rodrigues da coordenação da ENFF, encerrou o debate destacando a metodologia de “vivenciar a educação” na escola, apresentando números expressivos de turmas e educandos. Ela projetou parcerias para 2024, evidenciando como, ao longo dos quase 20 anos, a escola se tornou uma referência internacionalista de formação para a classe trabalhadora da América Latina e do mundo.

Após um almoço saboroso, a ENFF ofereceu atividades culturais, incluindo música e animação, culminando em um jogo de futebol, reforçando a alegria daqueles que lutam por um país mais justo e igualitário.

O encontro anual dos Amigos e Amigas da ENFF não é apenas um momento de repasses sobre as realizações da escola, mas uma celebração especial e presencial dos 19 anos da ENFF, bem como dos quase 40 anos do Movimento Sem Terra, a serem completados em janeiro de 2024. Um testemunho vivo da força da educação emancipatória e da resistência coletiva na construção de um futuro mais promissor.

Confira as fotos da celebração:

*Editado por Solange Engelmann